Já que a McLaren é só decepção nas pistas, chefe marqueteiro tenta inovar
Quem diria que a McLaren iria não apenas liberar, para pavimentar o caminho para que sua grande estrela - e piloto mais bem pago da Fórmula 1 - perdesse o GP de Mônaco para participar das 500 Milhas de Indianápolis? Isso certamente não aconteceria nos tempos de Ron Dennis e ilustra bem as ideias do CEO Zak Brown, que assumiu o posto do britânico no final do ano passado e vem tentando abrir novos caminhos para a equipe.
Brown é norte-americano, mas vive na Inglaterra desde o início dos anos 1990. “Toda a minha família está lá - é nosso lar”, afirma o empresário da área de marketing, que foi piloto profissional por mais de 20 anos, disputando especialmente categorias de GT.
Foi durante sua carreira de piloto, em 1995, que Brown fundou a Just Marketing International, que acabou se tornando a maior agência de marketing voltada ao automobilismo do mundo. Com isso, não é à toa que Brown vem recebendo prêmios como “marqueteiro do ano” e tem figurado na lista dos homens mais poderosos tanto da F-1, quanto da F-Indy, há pelo menos cinco anos e tem uma fortuna avaliada em 150 milhões de dólares.
Sua influência é tão grande que ele chegou a ser fortemente cotado para controlar a parte administrativa da F-1, papel hoje desempenhado por Sean Bratches, após a venda da categoria para o grupo Liberty Media. O norte-americano de 45 anos, contudo, acabou firmando acordo com a McLaren.
Fã de Ayrton Senna, o norte-americano diz que sua primeira lembrança relacionada à equipe inglesa é da luta entre o brasileiro e Alain Prost pelo título de 1988. “E o segundo piloto de quem mais gosto é Mika Hakkinen”, conta.
Sua visão para que a equipe cresça é focar nos fãs. “Isso é crítico para que a própria F-1 avance. E gostaria que a McLaren - como sempre foi o caso - tomasse a liderança, fazendo isso com uma forte ênfase no lado comercial.”
De fato, a equipe ganhou várias manchetes primeiramente com o retorno da cor laranja, tradicionalmente usada pelo time desde os anos 1960, e mais recentemente com o anúncio da participação de Fernando Alonso, com um carro McLaren, nas 500 Milhas de Indianápolis. Em ambos os casos, Brown foi decisivo.
“Eu tinha de um lado o Zak, um americano, forçando para que eu fizesse as 500 Milhas. E do outro lado o Eric [Boullier, chefe da equipe], um francês, pendendo para as 24 Horas de Le Mans”, revelou o piloto espanhol.
Brown não só ganhou a briga interna como também conseguiu novamente o que parecia improvável: gerar marketing positivo para um time que vive a pior fase da história. Afinal, é desta maneira que o dirigente espera atrair um patrocinador máster, algo que a McLaren não tem desde 2013, e equilibrar as contas do time, que hoje depende muito do patrocínio da Honda e dos lucros do Grupo McLaren como um todo.
Não coincidentemente, também sob o controle de Brown, as críticas à montadora japonesa ficaram bem mais explícitas, como se o time estivesse preparando o terreno para um rompimento. E para roubar novamente as manchetes.
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