Sonha em ser um piloto de F-1? Prepare-se para gastar mais de R$ 32 milhões
O holandês Max Verstappen chamou a atenção ano passado na Fórmula 1 ao estrear na categoria máxima do automobilismo aos 17 anos, tendo apenas passado pelo kart e feito uma temporada em carros de fórmula. Mas o piloto da Toro Rosso está longe de ser a regra: para dividir o grid com nomes como Lewis Hamilton ou Sebastian Vettel, o investimento é de 8 milhões de dólares, equivalente a mais de 32 milhões de reais. Isso, se o piloto for bastante talentoso, como salienta o chefe de Hamilton, Toto Wolff.
Ao contrário de Verstappen, a grande maioria dos pilotos que chegam à Fórmula 1 passam por diversas categorias - e, a cada degrau, o investimento necessário vai aumentando. A categoria mais importante parece ser a Fórmula 3, pela qual 79,4% dos pilotos do atual grid passaram. Na Fórmula Renault 3.5, 58,3% marcaram presença, enquanto 48.5% dos pilotos estiveram na GP2. Antes disso, a maioria esteve em categorias menores mantidas por montadoras como a própria Renault ou a BMW.
Isso significa que uma carreira padrão para um aspirante à Fórmula 1 normalmente segue um determinado caminho: do kart para a F-Renault ou F-BMW, passando por algum campeonato da F-3 e depois pela Fórmula Renault 3.5 ou GP2. E isso custa muito dinheiro.
“Se alguém for talentoso, muito talentoso, provavelmente precisa gastar 1 milhão de dólares durante a carreira de kart”, contabiliza Wolff. “Você vai precisar pelo menos de uma temporada na F-4 ou Renault, o que dá mais uns 350 mil dólares se você fizer direito.”
Depois, o austríaco recomenda a ida à F-3. “Você vai precisar de mais 650 mil dólares para uma temporada lá, então chegamos a 2 milhões. É provável que fique dois anos lá, então chegamos a 2.6 ou 2.7 milhões. Se for um talento extraordinário e for direto daí para a Fórmula 1, digamos que precisa de 3 milhões de dólares.”
Mas, como a porcentagem do atual grid mostra, isso é raro e a jornada teria de continuar até as categorias diretas de transição para a F-1, nas quais a ‘brincadeira’ fica mais cara. “Provavelmente uma temporada na GP2 custa 1.5 milhão. Então, para fazer os cálculos com segurança, vamos dizer que você gastou 5 milhões, fez apenas um ano de GP2, está perto da F-1, mas ainda não está lá”, diz Wolff. “Você vai precisar de mais 2 ou 3 milhões de dólares para conseguir a vaga. Então estamos falando de 7 a 8 milhões - então vamos dizer que vai gastar 8.”
Os cálculos de Wolff, contudo, não levam em consideração os ‘leilões’ que equipes menores costumam fazer por suas vagas, o que pode aumentar consideravelmente o custo. As quantias não são oficialmente divulgadas, mas fala-se em pelo menos 10 milhões de dólares por uma temporada.
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