Topo

Tales Torraga

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Germán Cano: 'Não aceitaria uma convocação da seleção brasileira'

Fluminense contou com gols de Cano para vencer o clássico - MAILSON SANTANA / FLUMINENSE F.C / Flickr
Fluminense contou com gols de Cano para vencer o clássico Imagem: MAILSON SANTANA / FLUMINENSE F.C / Flickr

Colunista do UOL

12/04/2023 07h49

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Artilheiro e grande ídolo do Fluminense no momento, o argentino Germán Cano deu ontem (11) uma entrevista de 12 minutos à Rádio La Red, a principal emissora das transmissões esportivas em Buenos Aires.

Tratado pelos apresentadores como uma estrela do futebol mundial, o atacante tricolor retribuiu as gentilezas falando bem tanto da seleção argentina quanto dos clubes mais populares do país, River Plate e Boca Juniors.

A cordialidade incluiu até mesmo uma confissão do goleador de 35 anos. Ele afirmou que não aceitaria uma convocação da seleção brasileira, justamente pelo carinho que nutre pela Argentina e pela seleção azul e branca.

Vale lembrar que Cano esteve no Qatar como um torcedor comum, vibrando nas arquibancadas com o tricampeonato conquistado por Lionel Messi e companhia.

"Eu não aceitaria uma convocação da seleção brasileira, não aceitaria jogar para o Brasil. Gosto muito do meu país e da seleção", afirmou Cano, que não tem esperanças de ser chamado pelo técnico Lionel Scaloni para defender a Argentina.

"É muito difícil pelo processo, com o time armado e sabendo os jogadores que a seleção tem, atuando todos tão bem. Eles nos representam da melhor maneira."

Cano disse maravilhas também sobre a vida que leva no Rio de Janeiro.

"Aqui se curte de maneira excelente. As praias são incríveis e aproveitamos muito quando podemos, porque jogamos a cada três ou quatro dias."

"Não penso em voltar à Argentina. Saí do Lanús muito jovem, e fiz toda minha carreira fora, na Colômbia, México e agora no Brasil."

"Assinei um contrato de três anos com o Fluminense, e o clube valoriza demais o que faço. Isso me deixa tranquilo. Quero seguir no Rio, jogando no Maracanã com a torcida, vendo meu filho curtindo a praia, a escola, os amigos. Minha volta à Argentina está longe."

can - Foto: Reprodução/Instagram - Foto: Reprodução/Instagram
Germán Cano esteve na final da Copa do Mundo no título da Argentina
Imagem: Foto: Reprodução/Instagram

River e Boca e...Ronaldo e Romário

Para Cano, os brasileiros desta Libertadores devem respeitar demais River e Boca.

"O River é favorito a ganhar a Libertadores, pelo poder econômico e pelos grandes jogadores que tem", analisou.

"Acho que da terceira rodada em diante, quando o River joga no Brasil, aí vamos começar a definir quem estará nos primeiros lugares", seguiu o argentino, projetando os confrontos do gigante portenho com o Fluminense pela fase de grupos da competição.

"River e Boca estão no nível brasileiro das contratações. Ambos estão à altura dos times grandes do Brasil. A competição vai ser bem difícil para todos. Nós vamos brigar para chegar à final."

Tão hábil para declarar como para fazer gols, Cano elogiou também dois lendários atacantes brasileiros: Ronaldo e Romário.

"Atualmente gosto muito de Benzema, mas meu ídolo de infância era o Ronaldo. Hoje, sou mais parecido com o Romário, por chegar e aproveitar as chances."

Seu estilo foi descrito por ele à Rádio La Red desta maneira:

"Você precisa ter mobilidade na área. Se você fica parado, nenhuma bola vai chegar. Aí está a efetividade para fazer os gols, antes mesmo que chegue a bola".

"Às vezes não participo tanto do jogo, mas me sobra uma ou duas bolas e faço o gol. É o mais difícil do futebol, mas venho trabalhando bastante. Está dando certo."