Golear na semifinal termina em título? O que a história da Libertadores diz

A goleada do Flamengo por 4 a 0 sobre o Vélez Sarsfield ontem (31) em plena Buenos Aires trouxe uma nova perspectiva a quem analisar esta Libertadores: é possível aplicar tamanha goleada como visitante na semifinal e ainda assim não ser campeão?

(E nem falamos de uma eventual virada na partida de volta, pois não há nenhum registro semelhante em semifinais de Libertadores.)

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A coluna levantou os resultados de todas as semifinais da Libertadores desde a adoção do mata-mata como atual formato, em 1989. Antes, a Libertadores usava triangulares e até quadrangulares para classificar seus finalistas.

A primeira surpresa do levantamento é que há placares ainda mais elásticos que o obtido que o Flamengo ontem na Argentina.

Na própria Libertadores de 1989, nada menos que um 6 a 0 dos colombianos do Atlético Nacional, em casa, sobre os uruguaios do Danubio. E o Nacional terminou com o título, batendo o Olimpia (do Paraguai) nos pênaltis.

Estamos falando sempre do placar individual, não do agregado. E para ampliar o olhar, não excluindo nenhuma vitória contundente, consideramos 3 a 0 como goleada, pela diferença de três gols.

E aí há outro exemplo de goleada na semifinal que termina com título: o São Paulo de 1992, que impôs, também em casa, um 3 a 0 no Barcelona do Equador, dando a volta olímpica na decisão depois de superar o Newell's Old Boys nos pênaltis.

Dando ao 3 a 0 então um peso de goleada, houve até aqui na Libertadores 14 goleadas nas semifinais (contando apenas o atual formato com os mata-matas).

Nessas 14 ocasiões, em 9 delas o time que goleou na semifinal terminou como campeão, aproveitamento de 64,28%.

A goleada do Fla sobre o Vélez é a maior de um semifinalista jogando fora de casa. Há apenas um placar que iguala o baile de ontem: os 4 a 0 do Boca Juniors em 2003 na Colômbia sobre o América de Cali.

Há dois 3 a 0 recentes de brasileiros como visitantes: o Grêmio sobre o Barcelona-EQU na semifinal de 2017 e o Palmeiras contra o River Plate-ARG na edição de 2020.

As goleadas na semifinal da Libertadores (o campeão está entre parênteses)

1989 - Atlético Nacional-COL 6 a 0 Danubio-URU (Nacional campeão)
1992 - São Paulo 3 a 0 Barcelona-EQU (SPFC campeão)
1997 - Sporting Cristal-PER 4 a 1 Racing-ARG (Cruzeiro campeão)
1999 - Deportivo Cali-COL 4 a 0 Cerro Porteño-PAR (Palmeiras campeão)
2000 - Boca Juniors-ARG 4 a 1 América-MEX (Boca-ARG campeão)
2003 - Boca Juniors-ARG 4 a 0 América Cali-COL (Boca-ARG campeão)
2005 - Athletico 3 a 0 Chivas-MEX (SPFC campeão)
2006 - São Paulo 3 a 0 Chivas-MEX (Inter campeão)
2007 - Boca Juniors-ARG 3 a 0 Cúcuta-COL (Boca-ARG campeão)
2014 - San Lorenzo-ARG 5 a 0 Bolívar-BOL (San Lorenzo-ARG campeão)
2017 - Grêmio 3 a 0 Barcelona-EQU (Grêmio campeão)
2019 - Flamengo 5 a 0 Grêmio (Fla campeão)
2020 - Palmeiras 3 a 0 River-ARG e Santos 3 a 0 Boca-ARG (Palmeiras campeão)