Castrilli diz que argentino deveria ser expulso por simular "sexo" com Mina

Um dos principais nomes da história da arbitragem argentina, Javier Castrilli considerou que Emiliano Martínez, goleiro da seleção, mereceu ser expulso durante a série de pênaltis que classificou o país para a final da Copa América.

Castrilli afirmou que o arqueiro primeiro deveria receber cartão amarelo por sua conduta antidesportiva antes do pênalti que Yerry Mina errou - e logo o cartão vermelho pelos gestos que fez em sua comemoração.

O ex-árbitro descreveu em suas redes sociais que "Martínez deveria ser expulso ao festejar fazendo gestos com ambos os braços estendidos e simultaneamente levando-os para cima e para baixo de forma reiterada com uma inequívoca leitura: ter 'copulado' Mina."

Javier hoje é o principal comentarista de arbitragem da TV argentina. Suas análises durante o almoço no programa F12, levado ao ar pela ESPN, já são um clássico do cotidiano portenho em meio às refeições.

Jogo mental

No interessante perfil assinado pelo colega Marinho Saldanha, Martínez ganhou elogiou dos colegas pelo "jogo mental" ao tentar desestabilizar os adversários colombianos. A cada defesa, um diálogo com o batedor. Depois de provocar Sánchez com um pedido de "desculpas", a Yerry Mina ele repetiu várias vezes "estás nervoso, estás nervoso". E ainda completou com "eu já te conheço", pois ambos atuam no futebol inglês. E além deles, defendeu ainda o de Cardona, fechando a conta.

"Somos o único time que não furou a bolha (sanitária da Conmebol). Não tenho palavras. Estamos concentrados há 40 dias, não vemos ninguém. Estamos aqui por um sonho. Eu digo isso desde o primeiro dia: nada melhor que uma final contra o Brasil no seu campo", finalizou o goleiro.

A leitura da torcida argentina sobre a atuação de Martínez comporta opiniões opostas. Enquanto muitos aplaudem a sua eficiência nas cobranças, outros seguem o teor das críticas de Castrilli e consideram que ele exagerou nos palavrões e em frases pouco esportivas como o "Eu te como" lançado em direção a Mina, ou chamar Borja de "baladeiro cagão".

Tal atitude fez o ex-zagueiro Oscar Ruggeri, último capitão campeão pela Argentina, considerar Martínez o goleiro mais louco que ele viu em campo.

"E olha que conheci tantos...", ironizou na ESPN.

"Xerife"

Célebre no Brasil pelos pênaltis marcados para o Corinthians contra a Portuguesa na semifinal do Paulista de 1998, Javier Castrilli está com 64 anos e é um ferrenho crítico do VAR. Chamado de xerife na Argentina pela arbitragem autoritária na década de 1990, ele bate forte nos profissionais atuais e levanta constantes dúvidas sobre a manipulação de resultados das competições sul-americanas.

"Há incapacidade, descontrole e gritaria em cada gravação do VAR, produto desses cursos que dão. Estão fazendo as coisas de maneira péssima, muitos árbitros parecem que terminam o curso só para justificar os honorários. "Na América do Sul e em todo o mundo, há vínculo de alguns árbitros com o poder público, particularmente em torneios da FIFA e da Conmebol", disparou na última edição da Libertadores.