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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Com só 12 jogos, Holan durou menos que Gareca e Passarella no Brasil

Ricardo Gareca, quando era técnico do Palmeiras - Eduardo Anizelli/Folhapress
Ricardo Gareca, quando era técnico do Palmeiras Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Colunista do UOL

26/04/2021 12h10Atualizada em 26/04/2021 13h34

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A precoce saída de Ariel Holan do Santos determina uma nova referência de passagem relâmpago de um técnico estrangeiro pelo futebol do Brasil. Com apenas 12 jogos, ele durou menos que os também argentinos Ricardo Gareca e Daniel Passarella, até então exemplos de brevidade e falta de sucesso.

Dos dois, quem mais se aproxima da quantidade de Holan é Gareca. O hoje técnico da seleção peruana dirigiu o Palmeiras em 2014 por apenas 13 jogos, somando um aproveitamento de 33% e sendo sacado da equipe porque a direção alegava "resultados insustentáveis". O Palmeiras conquistou só quatro dos 27 pontos que disputou com ele naquele Campeonato Brasileiro.

Nove anos antes, em 2005, o Corinthians então bancado pela MSI contratou Daniel Passarella, que durou apenas 15 partidas no cargo. Seu mau relacionamento com os atletas, uma goleada por 5 a 1 para o São Paulo no Brasileirão e uma eliminação na Copa do Brasil para o Figueirense fizeram o "Kaiser" deixar o Parque São Jorge e voltar para Buenos Aires.

Trajeto parecido foi percorrido por Edgardo Bauza em 2016, mas o "Patón", como era chamado pelo tamanho dos seus pés, não foi demitido - pediu dispensa para se apresentar à seleção argentina. Bauza beirou os 50 jogos - foram exatos 48 durante quase oito meses.

Outro técnico que pediu para sair foi Eduardo Coudet, no ano passado, depois de 11 meses no Internacional, totalizando 46 jogos. Deixou o clube para treinar o Celta de Vigo, da Espanha, mas na liderança do Brasileirão e classificado para as oitavas de final da Libertadores e quartas da Copa do Brasil.

Para surpresa de muitos, o explosivo Jorge Sampaoli terminou sua temporada tanto no Santos (65 jogos e aproveitamento de 61,3%) como no Atlético-MG (46 jogos e 60,8% de aproveitamento).

Mais surpreendente ainda foi Ramón Díaz. Apresentado no Botafogo no ano passado, nem comandou a equipe por motivos de saúde, deixando sua comissão a cargo do time por apenas três jogos (e 16 dias) antes da rescisão.

A duração dos argentinos recentes que não completaram temporada no Brasil:

Ariel Holan - 12 jogos
(4 vitórias, 3 empates e 5 derrotas, aproveitamento de 41,6%)

Ricardo Gareca - 13 jogos
(4 vitórias, 1 empate e 8 derrotas, aproveitamento de 33%)

Daniel Passarella - 15 jogos
(7 vitórias, 4 empates e 4 derrotas, aproveitamento de 53,3%)

Chacho Coudet - 46 jogos
(24 vitórias, 13 empates e 9 derrotas, aproveitamento de 61,5%)

Patón Bauza - 48 jogos
(18 vitórias, 13 empates e 17 derrotas, aproveitamento de 46,52%)