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Sem Djokovic, US Open vira teste tão técnico quanto mental para mais jovens

Denis Shapovalov comemora na vitória sobre David Goffin nas oitavas de final do US Open 2020 - Getty Images
Denis Shapovalov comemora na vitória sobre David Goffin nas oitavas de final do US Open 2020 Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

07/09/2020 08h00

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Desde que Roger Federer assumiu a liderança do ranking, no que hoje parece ser um longínquo ano de 2004, o tênis masculino teve apenas quatro nomes ocupando o posto mais alto do ranking. O reinado do Big Four, que se tornou Big Three após a lesão no quadril de Andy Murray, estende-se por mais de uma década e meia, mas isso nunca significou falta de talento entre os desafiantes. O dilema geral é que Federer, Nadal e Djokovic formam, com certa folga, o triunvirato mais forte e longevo da história do esporte.

Este US Open de 2020, contudo, apresenta-se como a primeira grande chance para um dos tenistas da nova geração finalmente dar um passo para não só se distanciar dos contemporâneos, mas para fincar bandeira no grupo de elite dos campeões de slam. Rafael Nadal, Roger Federer, Stan Wawrinka e Juan Martín del Potro, todos campeões de slam, não foram ao torneio nova-iorquino; Marin Cilc, que levantou o troféu do US Open em 2014, foi eliminado no último sábado; e Novak Djokovic, favoritíssimo ao título, foi desclassificado após protagonizar um bizarro incidente e acertar uma bolada no pescoço de uma juíza de linha, que desabou no chão com falta de ar.

Agora, com as oitavas de final em andamento, a lista de postulantes ao título é composta, em sua maioria, por tenistas com menos de 25 anos. Desde o canadense Denis Shapovalov, #17 do mundo aos 21 anos, o croata Borna Coric, #32 aos 23 anos, e o alemão Alexander Zverev, também de 23 anos e número 7 do mundo - todos já classificados para as quartas de final - até o caçula do grupo, Félix Auger-Aliassime, #21 aos 20 anos (e protagonista do pontaço abaixo!).

A relação também tem o atual vice-campeão do US Open, Daniil Medvedev (#5, 24 anos), o italiano Matteo Berrettini (#8, 24 anos), o russo Andrey Rublev (#14, 22 anos), o australiano Alex de Minaur (#28, 21 anos), e o americano Frances Tiafoe (#82, 22 anos). Um grupo talentosíssimo e que tem agora tem pela frente, além do habitual desafio técnico, um teste mental. Todos ali sabem o quão rara é a oportunidade de estar na segunda semana de um slam sem precisar ver os nomes de Federer, Nadal e Djokovic na chave. Todos ali sabem que outro cenário assim pode não se repetir tão cedo.

Dominic Thiem, de 26 anos e atual número 3 do mundo, é quem tem mais experiência em situações assim. O austríaco foi vice-campeão de Roland Garros em 2018 e 2019, derrotado ambas vezes por Rafael Nadal, e também alcançou a final do Australian Open em 2020 (perdeu para Djokovic). O favorito nas casas de apostas, contudo, é Medvedev, que ainda não perdeu sets neste torneio, é incrivelmente consistente em quadras duras e é o atual vice do slam nova-iorquino (perdeu a final para Nadal em cinco sets). A ausência do Big Three, entretanto, é uma situação nova para ambos. Como lidar com isso? Como será para um deles estar numa final de slam como eventual favorito? Quem vai capitalizar? Quem vai fraquejar diante da expectativa? O mundo vai conhecer essas respostas - e conhecer melhor de que são feitos os novos talentos do tênis - nos próximos sete dias. Aguardemos.

Oitavas de Final

[20] Carreño Busta d. Djokovic [1] - 6/5 e desclassificação
[12] Shapovalov d. Goffin [7] - 6/7(0), 6/3, 6/4 e 6/3
[27] Coric d. Thompson - 7/5, 6/1 e 6/3
[5] A. Zverev d. Davidovich Fokina - 6/2, 6/2 e 6/1
[6] Berrettini x RUblev [10] - por volta de 16-17h
Tiafoe x Medvedev [3] - 20h
Pospisil x De Minaur [21] - 12h
[15] Auger-Aliassime x Thiem [2] - Não antes das 15h

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