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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Com três meses de clube, Carlos de Pena é peça fundamental no Inter

Colunista do UOL

16/07/2022 04h00

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Recentemente escrevi aqui sobre a qualidade das últimas contratações do Inter e o impacto causado na melhora do time. Isso se somou ao ótimo trabalho inicial feito por Mano Menezes. Um jogador, porém, chama a atenção pela rápida adaptação, mesmo sem nunca ter passado pelo futebol brasileiro antes. É difícil pensar o Colorado sem Carlos de Pena atualmente.

O uruguaio de 30 anos foi revelado pelo Nacional em 2013. Jogou três temporadas nos Albos, ganhou um campeonato local e rumou para o Middlesbrough. No time do nordeste inglês não conseguiu sequência, foi emprestado ao Oviedo e o mesmo aconteceu. Só foi reencontrar o bom futebol ao voltar ao Nacional em 2018, e dalí ser vendido ao Dynamo de Kiev.

Foram três temporadas e meia no clube da Ucrânia. Veio para o Inter ao se refugiar da guerra no país do leste europeu e estreou no dia 06 de abril, em jogo pela Copa Sul-Americana. Desde que foi titular, a partir de sua segunda partida, só ficou no banco em mais duas ocasiões. Em ambas, poupado por Mano. Houve quem duvidasse da sinergia entre jogador e treinador.

De Pena teve sua contratação aprovada por Alexander Medina, ex-técnico colorado. Temia-se uma dificuldade de adaptação após a troca no comando, mas o que se vê em campo é algo totalmente diferente disso. Já fez funções diferentes e acrescenta muita qualidade na articulação das jogadas.

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Os números de Carlos de Pena desde que chegou ao Internacional
Imagem: Fonte: Opta

Canhoto, dono de bom passe, finalizações precisas de média distância e ótima dinâmica de movimentação, joga como ''segundo homem'' de meio, ao lado de Gabriel, ou como um ''falso ponta'' pela esquerda. Isso depende da escolha de Mano Menezes.

Se Wanderson atua na ponta canhota, ele compõe a primeira linha de meio ao lado de Gabriel. Se Pedro Henrique entra na ponta-direita, ele parte mais aberto pelo flanco contrário. O treinador tem utilizado Edenilson e Carlos de Pena como ''coringas'', alternando entre as duas funções citadas. Já jogou também de meia-esquerda num 4-3-3 e foi improvisado na lateral.

São cinco participações diretas em gols nas 21 vezes em que entrou em campo com a camisa colorada. Balançou as redes duas vezes e deu três assistências. Os dois tentos que marcou foram de pênalti. Um deles empatou um jogo complicado contra o Cuiabá na Arena Pantanal.

Pode ser um armador aberto pelo lado ou flutuar para o centro e participar mais do jogo. Não é um atleta exatamente de velocidade, apesar da agilidade e do raciocínio rápido. Sua principal virtude é a escolha da melhor jogada e a técnica de execução nas ações ofensivas. Defensivamente não compromete, mesmo sem tanta força física.

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O time-base do Inter com Carlos de Pena pela esquerda. Não é necessariamente um ponta que vai gerar profundidade sempre pelo setor.
Imagem: Rodrigo Coutinho
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Quando Wanderson é escalado, ele é recuado.
Imagem: Rodrigo Coutinho

O Inter não precisou pagar a multa rescisória do uruguaio. Ele tem contrato até dezembro de 2022 com o Colorado. As conversas para a extensão do vínculo já começaram e é bom que tenham um final breve. Certamente o meio-campista despertou o interesse de outros clubes e já pode assinar um pré-contrato.