Topo

Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sem alarde, Inter qualificou elenco com poucos gastos

Colunista do UOL

30/05/2022 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Se tem um clube que conseguiu aproveitar bem a reta final da janela que se encerrou no início de abril, este é o Internacional. O Colorado trouxe peças que aumentaram a qualidade do elenco e oferecem novas características ao técnico Mano Menezes. O resultado já começa a ser visível no desempenho e nos resultados do Brasileirão e da Copa Sul-Americana.

O Inter não perde há 50 dias. Foi batido pela última vez na estreia do Campeonato Brasileiro, fora de casa, contra o atual campeão Atlético Mineiro. Na partida seguinte, empatou em casa com o Guaireña, pela Sul-Americana, e Alexander Medina foi demitido. Mano Menezes estreou contra o Fluminense, no dia 23 de abril, e desde então foram quatro vitórias e cinco empates.

É bem verdade que o desempenho oscilou. E alguns resultados, mesmo não sendo negativos, ficaram abaixo do esperado no período. Mas há uma reorganização acontecendo, e novos nomes se inserindo, mostrando qualidade e poder de mudança num médio prazo. Já é possível o torcedor colorado sonhar com algo melhor nesta temporada.

01 - Rodrigo Coutinho - Rodrigo Coutinho
O caso a caso das últimas contratações do Inter
Imagem: Rodrigo Coutinho

Tirando os volantes Gabriel, Liziero e Bruno Gomes, os atacantes David e Wesley Moraes, e o lateral-direito Bustos, que já haviam sido contratados no início da janela, o Inter trouxe outros sete atletas que já oferecem participações efetivas na equipe. Dois na defesa, outros dois no meio-campo, e três homens para o setor de ataque.

A suspensão de contratos dos atletas que atuavam na Ucrânia e na Rússia foi aproveitada mais uma vez. O zagueiro Vitão(ex-Shakhtar Donetsk), o meia Carlos de Pena(ex-Dymano Kiev), o também meia Alan Patrick(ex-Shakhtar Donetsk), e o ponta Wanderson(ex-Krasnodar) chegaram nesta realidade. Três deles sem custos de multa rescisória ou compensação aos clubes que os cederam.

Apenas Alan Patrick custou dinheiro direto aos cofres do clube. O Colorado pagou 400 mil euros pela liberação do jogador, e perdoou uma dívida de 1,5 milhão de euros do clube ucraniano pela compra do lateral Vinícius Tobias há dois anos. O mais caro desta ''leva'' foi o atacante Pedro Henrique, cobiçado desde o ano passado pelos gaúchos. O rápido ponta custou cerca de 1 milhão de euros junto ao Sivasspor, da Turquia.

02 - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Alan Patrick comemora gol do Inter sobre o Corinthians em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro
Imagem: Reprodução/Instagram

Wanderson(leia aqui uma análise sobre ele), o lateral-esquerdo Renê(ex-Flamengo) e o atacante Alemão(ex-Novo Hamburgo) vieram ''de graça'', somente com luvas como pagamento direto ao atleta, prática comum em negociações de clubes grandes, mas que não gera grandes prejuízos financeiros.

Mano Menezes ganhou boas alternativas e o Inter possui um plantel mais robusto. O gasto das contratações citadas acima esteve abaixo de R$ 10 milhões, valor despejado muitas vezes por apenas um jogador. O Colorado não pode competir financeiramente com as principais forças do futebol brasileiro hoje, mas encontrou soluções criativas para reunir mais forças técnicas e táticas nesta batalha. Deve colher bons frutos.