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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Mexidas de Abel mudam o Flu, que abre vantagem sobre o Botafogo

Colunista do UOL

21/03/2022 22h25

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A boa leitura de jogo de Abel Braga na noite desta segunda-feira, somada às opções mais robustas oriundas do banco de reservas, foram fatores determinantes para o Fluminense bater o Botafogo por 1x0, no Estádio Nilton Santos, e abrir vantagem na semifinal do Campeonato Carioca. O alvinegro era superior até a metade do 2º tempo, momento em que o experiente técnico tricolor fez três substituições e transformou a história da partida.

Ainda sob o comando do interino Lúcio Flávio, o Botafogo não teve Joel Carli, lesionado, e Gatito Fernandez, convocado para a seleção paraguaia. Dois desfalques de peso! Diego Loureiro entrou na meta e o zagueiro Philipe Sampaio, nova contratação do clube, estreou bem ao lado de Kanu. O Fluminense também teve ausências importantes. Felipe Melo e Luiz Henrique, ambos lesionados, não entraram em campo. Manoel e Jhon Arias foram os substitutos. Pineida ganhou a vaga de Cris Silva na ala esquerda.

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Como Botafogo e Fluminense começaram o jogo
Imagem: Rodrigo Coutinho

A pouca aptidão para furar bloqueios defensivos foi a tônica do 1º tempo nas duas equipes. O Tricolor teve um pouco mais a bola, até por uma imposição técnica, mas circulou de forma lenta e previsível. Sempre acionando os alas bem abertos e espetados no campo de ataque, e a partir daí buscando trabalhar com aproximações de Jhon Arias e Willian. Muito pouco. Capacidade nula de infiltração pelo meio e raras jogadas bem trabalhadas pelos flancos.

Na melhor delas, Pineida furou dentro da área um belo cruzamento rasteiro de Calegari, um dos melhores em campo. Se tinha dificuldades para criar, ao menos as transições defensivas do Fluminense foram bem feitas. A proposta de recuar o bloco de marcação para acelerar após a retomada da bola foi utilizada em boa parte da etapa inicial pelo Botafogo, mas o time só chegou uma vez com perigo desta forma, logo aos três minutos com Daniel Borges e Chay.

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Chay, do Botafogo. disputa lance com Manoel, do Fluminense, durante partida no estádio Engenhão
Imagem: JORGE RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO

O comportamento sem a bola do Tricolor era bem parecido com o do Glorioso. A equipe da casa tinha muita influência na dificuldade de criar rival. Pressionou a bola com força e teve compactação entre os setores. Em fase ofensiva, o alvinegro manteve os pontas bem abertos e laterais mais comedidos no apoio ao ataque. Tentava achar Chay circulando nas costas dos volantes do Fluminense, mas o camisa 14 foi vigiado de perto por Martinelli e André.

A jogada mais perigosa do Botafogo veio nos acréscimos. Surgiu num retrato fiel de sua entrega. Brigou pela bola na entrada da área e ganhou duas divididas até Rikelmi ser abafado por Marcos Felipe na pequena área. Abel Braga inverteu os lados de Arias e Willian na 2ª etapa, mas pouco adiantou. O cenário manteve-se o mesmo. Muitos erros, lentidão, limitação de repertório coletivo.

O Glorioso novamente chegou com muito perigo no início da etapa. Matheus Nascimento finalizou de canhota, de virada, dentro da área, após boa jogada de Kayque e Chay, e a bola passou muito perto do poste esquerdo. Erison também perdeu grande chance aos 23' . Abel tentou mexer com sua equipe ao colocar Ganso, Nonato e Yago Felipe em campo. Desfez o esquema com três zagueiros e Yago Felipe entrou como lateral-direito.

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Como as equipes ficaram após as primeiras substituições
Imagem: Rodrigo Coutinho

O Tricolor melhorou. Conseguiu ter mais um homem na faixa central e ganhou qualidade na articulação com Ganso e Nonato. O ex-meia do Inter recebeu do camisa 10 dentro da área aos 29 minutos e quase abriu o placar. Matheus Martins finalizou após cobrança de escanteio dois minutos depois e Diego Loureiro espalmou. André já havia chutado da entrada da área com perigo um pouco antes.

A produção, enfim, apareceu. E o gol parecia questão de tempo. Aos 35', ele veio! Yago Felipe recebeu de Nonato na entrada da área e serviu Jhon Arias com um lindo passe entre Kanu e Hugo. O colombiano bateu cruzado e marcou. Lúcio Flávio até tentou dar uma resosta a altura assim que o Tricolor melhorou, mas a diferença de qualidade entre os dois elencos apareceu da forma mais cruel possível para o Glorioso.