Coutinho: Piazon e Philipe. Os primeiros reforços da SAF do Botafogo

Que o Botafogo fará uma série de contratações nos próximos meses para fortalecer o seu elenco não é nenhuma novidade, mas dois nomes largam na frente no anúncio. O zagueiro Philipe Sampaio e o atacante Lucas Piazon refletem nitidamente uma nova política do Glorioso no mercado em relação ao que vinha sendo feito anteriormente.

Como a situação financeira agora é melhor, há a possibilidade de apostar em nomes com patamar salarial mais alto e consequentemente nível técnico melhor. Philipe e Piazon, por exemplo, assim como outros alvos do alvinegro já noticiados, estavam no futebol europeu. Sem grande sucesso, é verdade, mas com potencial para contribuir na realidade do clube.

Philipe Sampaio

Zagueiro destro de ótima estatura e desempenho muito bom no jogo aéreo. Philipe Sampaio é uma demonstração do que foi citado acima. Consegue aliar boas valências de proteção à área, espírito de liderança, e agilidade para o que se espera de um defensor.

É natural de São Paulo e passou pelas divisões de base do Tricolor Paulista e do Santos. Em 2014 foi emprestado ao Paulista de Jundiaí e disputou sua primeira partida profissional lá. Foi negociado com o Boavista(POR) ainda naquela temporada e foi titular em boa parte dos três anos que jogou no clube português, principalmente na primeira e na terceira época.

Passou uma temporada no Akhmat Grozny, da Rússia, em 2017, e voltou a Portugal para atuar por Feirense e Tondela na sequência. Chegou ao Guimgamp, da 2ª divisão francesa, em meados de 2020, e se manteve como titular da equipe até ser contratado pelo Botafogo.

Não se trata de alguém que chegará para assumir a condição de titular absoluto ou mudar totalmente o nível do elenco, mas ajuda a encorpar um plantel que ainda é carente para a Série A. Por mais que arrisque passes verticais e tenha essa atitude positiva na construção das jogadas, falta mais precisão para encontrar os companheiros em situação favorável no campo de ataque.

Consegue ter bom desempenho nos duelos individuais com os atacantes. É viril nos combates, apresenta postura corporal correta no posicionamento da última linha de defesa e nas situações de mano a mano, mas por vezes exagera na força, cometendo faltas desnecessárias. Se impõe nas bolas cruzadas pelo adversário e atacando a área rival.

Lucas Piazon

Este já é um pouco mais conhecido do público do futebol brasileiro. Com passagens pelas bases de Coritiba, Athlético e São Paulo, Lucas Piazon foi vendido ao Chelsea pelo Tricolor Paulista com apenas 17 anos. Destaque nas categorias inferiores da Seleção, não conseguiu alcançar a projeção esperada na carreira.

Nos quase nove anos de contrato com os Blues, não teve sequência no clube. Foi emprestado ao Málaga, Vitesse, Eintracht Frankfurt, Reading, Fulham, Chievo e Rio Ave. Apenas no Fulham e no Rio Ave prosseguiu na temporada seguinte, e viveu sua melhor fase entre 2015 e 2018 na 2ª divisão inglesa. Chegou a ter bons momentos também no futebol holandês em 2013/2014.

Recentemente estava no Braga, aonde chegou na temporada passada e fez 27 jogos, marcando seis gols e dando cinco assistências. Na atual época, porém, caiu de produção, e entrou em campo pela última vez em dezembro. É uma espécie de ''segundo atacante''. Pode jogar a partir de um dos lados do campo, mas sem ficar fixo no flanco.

Tecnicamente está acima do nível da maioria dos jogadores de função ofensiva no elenco alvinegro. É bem provável que, caso consiga se condicionar bem fisicamente, se torne um dos titulares. Não é um jogador rápido ou altamente intenso, sofre para manter um nível mais alto ao longo dos 90 minutos justamente por isso.

A qualidade de articulação nas costas dos volantes e a capacidade para tabelas curtas e triangulações são suas principais virtudes. É destro, mas trabalha bem com a perna esquerda também, inclusive com bons últimos passes e finalizações com a canhota. Se posiciona bem para receber passes em regiões de arremate para a meta.