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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Leila Pereira não afronta história ao alugar Allianz Parque ao São Paulo

Paulo Vinicius Coelho (PVC)

Colunista do UOL

08/03/2023 14h19

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O São Paulo tentou tomar o Parque Antarctica do Palmeiras durante a Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos bombardearam o Japão, a Alemanha invadiu a França e hoje há relações diplomáticas e comerciais entre japoneses e norte-americanos, franceses e alemães.

O episódio da Segunda Guerra dá orgulho aos palmeirenses.

Mas o conflito acabou e o São Paulo jogou no terreno verde 52 vezes como mandante, 42 vezes depois da Segunda Guerra.

Antes de Leila Pereira, presidentes do Palmeiras como Delfino Facchina, Paschoal Giuliano e Mustafá Contursi alugaram o estádio ao São Paulo. Também ao Corinthians, mandante no velho Jardim Suspenso contra o São Paulo, no jogo dos frangos, em 1976.

Leila Pereira tem muitos defeitos, certamente. Um deles foi financiar projeto de escola de samba enquanto havia eleições ao Conselho Deliberativo e à presidência.

Um de seus defeitos não é fazer um acordo de reciprocidade com o São Paulo.

O primeiro jogo de campeonato da história do Brasil, Mackenzie X Germânia, aconteceu no Parque Antarctica, em 1902. O Palestra nasceu em 1914, comprou o terreno em 1920, transformou-o em Jardim Suspenso em 1964, no moderno Allianz Parque em 2014.

0 estádio é um orgulho palmeirense e do país.

Não faz sentido usar um pedaço da história para alimentar uma guerra que acabou para o mundo, em 1945, para o Palmeiras, nos anos seguintes, e que só existe hoje entre torcida, escola de samba e presidente do clube.

O acordo Palmeiras é São Paulo não agride a história. É de reciprocidade. Se alguém se esqueceu, o hino do Palmeiras fala em transformar lealdade em padrão.