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Entenda por que 4 grandes clubes podem mudar de lado na briga das ligas
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O anúncio do aporte de R$ 4,85 bilhões do fundo de investimentos formado pela Serengeti e LCP para a Liga Forte Futebol aumenta o risco de o Brasil ter duas ligas ou não ter nenhuma. É fundamental para o futuro do futebol brasileiro a organização de um campeonato organizado por uma só instituição, formada pelos 40 clubes das Séries A e B.
Havia duas vantagens da Libra (Liga Brasileira). Uma era ter conseguido o primeiro grupo disposto a investir mais de R$ 4 bilhões por 20% do "novo Brasileirão." A segunda era reunir nove dos maiores clubes do país: Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Vasco, Botafogo, Grêmio, Santos e Cruzeiro.
A desvantagem foi ter criado uma estrutura política em que um dos idealizadores da liga, Flávio Zveiter, embrenhou-se a ser também dirigente da CBF. Uma coisa é haver boa relação com a confederação. Outra coisa é estar dentro dela.
A estrutura política, as votações que exigem unanimidade e a dificuldade para ter clareza na divisão de dinheiro e em definir exatamente critérios como engajamento — o que isto implica e como se mede? — afastou a outra liga, Forte Futebol.
É importante caminhar para o acordo, para haver uma só liga.
Ocorre que a proposta da Serengeti e LCP, 2% maior do que da Mubadala, investidora da Libra, e a contundência da Liga Forte Futebol de dividir o dinheiro de modo a ter o equilíbrio que produz o sucesso do Campeonato Inglês, atraem o interesse de dirigentes importantes de Vasco, Botafogo, Cruzeiro e Grêmio.
Não dá para dizer que vão mudar de lado. Dá para cravar que há opiniões internas capazes de mudar o pensamento de quem sabe ser importante estar alinhado com os gigantes.
Os dirigentes ligados à Forte Futebol julgam provável a assinatura do contrato com os 26 atuais integrantes já na semana que vem. Pode ser muito bom, para forçar a Libra a ampliar o debate. Não basta a Mubadala sair da toca, dos Emirados Árabes, para aumentar o dinheiro, apenas. É preciso criar uma liga regida por princípios econômicos, não políticos.
A atual disputa será positiva se permitir que se caminhe nessa direção.
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