O sucesso do Allianz Parque agrava o fracasso de Barueri
A torcida do Palmeiras não gosta de Barueri e quem nunca assistiu a um jogo na Arena que atire a primeira pedra.
Não é só a torcida palmeirense. Em 2010, quando o Fiel Torcedor já era um sucesso e o Corinthians teve 26 mil de média de público no Pacaembu, só 10 mil foram a Corinthians x Rio Branco, para ver Ronaldo e Roberto Carlos, em Barueri.
Eram só 17 mil no gol cem de Rogério Ceni e só 14 mil para São Paulo x Juventude, em 2022.
Não são apenas os 28 quilômetros entre o Allianz Parque e a Arena. O preconceito com a comunidade ao lado eleva o preço dos flanelinhas, que cobram R$ 50 para parar o carro, ou um pouco mais caro se conseguir parar dentro do estádio, onde o estacionamento é bom.
De trem, caminha-se 1,5 quilômetro a partir da estação. Da zona oeste, é preciso pegar o metrô linha vermelha até a estação República, e a linha amarela até a estação Pinheiros De lá, trem para Barueri.
Além de tudo isso, 7.000 proprietários do programa Passaporte, donos de cadeiras no Allianz, não têm esse direito em Barueri, porque o programa é da W. Torre, independente do Sócio Avanti, de sócios torcedores.
Mas a diferença fundamental com o Corinthians em Itaquera não é a distância. É o hábito. O corintiano não sai da Neo Química Arena.
O palmeirense não enchia o Pacaembu, a três quilômetros do Allianz, quando jogava lá. O Allianz Parque é um caso de amor.
Em 2019, último ano sem título do Palmeiras, houve 30.300 espectadores em média no Allianz. Eram 26 mil no Pacaembu, porque houve quartas de final da Libertadores e clássico contra o Corinthians. Sem eles, 22 mil em média em outras cinco partidas no estádio municipal.
O último ano antes do Allianz Parque evidencia o incrível efeito do estádio palmeirense.
Em 2014, no Pacaembu, o Palmeiras levou 6.000 contra o Goiás, 11 mil contra o Fluminense, 14 mil contra o Cruzeiro. A média em 15 partidas foi de 19 mil. Nada mau! Em 1994, no Parque Antarctica, o Palmeiras levava em média 19 mil para ver Veloso, Cláudio, Antônio Carlos, Cléber e Roberto Carlos; César Sampaio, Flávio Conceição, Zinho e Rivaldo; Edmundo e Evair.
No ano passado, 36 mil. A maior média de público da história do clube. No Allianz Parque. A maior taxa de ocupação do Brasil: 80%.
Dá para melhorar.
A Arena Barueri não tem ambiente, nenhuma torcida gosta de lá, os jogadores e comissão técnica do Palmeiras também não.
Sair do Allianz muda o hábito. Atrapalha.
Não perdeu por causa disso, nem do gramado natural. Não se trata disso.
Trata-se de não ser a casa do Palmeiras. É disso que Abel Ferreira está falando.
O Palmeiras disputou cinco partidas em Barueri neste ano por causa do problema no gramado do Allianz.
Não jogou outras duas, contra Internacional e Athletico Paranaense, e não jogará mais duas vezes, contra o Vasco e, provavelmente, Corinthians, pelo Brasileiro, em outubro.
A rigor, são quatro datas de shows que tirarão o Palmeiras de sua casa neste ano.
Não precisa ir para Barueri. Dá para jogar no Canindé ou Morumbis.
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