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Verstappen favorito e Alonso na defensiva: o que esperar do GP em Jeddah

Será difícil alguém tirar mais uma vitória de Max Verstappen na segunda etapa da temporada da Fórmula 1. Mesmo em uma pista de rua, em que Sergio Perez colecionou resultados melhores que o holandês nos últimos anos, ele larga na pole position sabendo que também tem um ritmo de corrida superior.

"Nos treinos livres, Max foi 1s2 mais rápido do que nós", disse Fernando Alonso, quarto colocado no grid. Essa não é a realidade de todos os rivais do holandês, é bem verdade. A Aston Martin tem por um lado a vantagem de colocar energia rapidamente nos pneus, o que é bom para uma volta de classificação, mas isso acaba gerando mais desgaste durante a corrida, prejudicando o ritmo.

É por isso que o espanhol acredita que estará olhando mais para seu retrovisor do que focando na briga a sua frente. "Um pódio é impossível no momento. Minha briga é com as McLaren e as Mercedes, que estão largando um pouco mais atrás, mas que sempre são mais fortes na corrida."

Safety Car pode mudar a história da prova

De fato, a expectativa é de que Verstappen use a vantagem do ritmo e também da posição de pista, uma vez que, largando na pole, ele pode ditar o ritmo e preservar seus pneus. Some-se isso à consistência de Verstappen ao volante, volta após volta, e você tem o conjunto imbatível na F1 no momento.

Isso o ajuda, também, no cenário bem possível de um Safety Car, já que é mais provável que ele ainda esteja na pista e tenha mais flexibilidade de parar ou não, dependendo de quando o carro de segurança entrar na pista. Isso, é claro, é impossível de prever, mas estatisticamente há mais Safety Cars ou Safety Cars Virtuais nas primeiras voltas da prova.

Sergio Perez terá menos trabalho do que na primeira corrida do ano, tendo se classificado em terceiro ao invés de quinto. Charles Leclerc largará em segundo, sabendo que tem uma deficiência importante em relação às Red Bull. Embora a velocidade final dele seja parecida, Verstappen e Perez chegam mais rapidamente a essa velocidade, ou seja, ele pode ficar exposto nas retas. Mas pelo menos a Ferrari já não tem os problemas de desgaste de pneus do passado e deu sinais de um bom ritmo de corrida. Só talvez não o suficiente para brigar com as Red Bull.

É por isso, inclusive, que Alonso se vê do outro lado dessa briga. As duas McLaren saindo da terceira fila, com Oscar Piastri em quinto e Lando Norris em sexto. Eles estão mais fortes do que na semana passada, mas a opção por um acerto de alta pressão aerodinâmica pode deixá-los expostos nas retas.

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A grande questão é o que a Mercedes fará na corrida. George Rusell até tinha aparecido bem nos treinos livres e estava feliz com o ritmo em uma volta lançada, mas só foi sétimo na classificação.

As Mercedes tentaram uma série de diferentes configurações para o carro mas nunca estiveram totalmente contentes. Eles mexeram muito na altura e também na configuração das asas, e o carro não parava de saltar especialmente no último setor. "Temos que resolver isso, já são três anos seguidos", disse Hamilton, oitavo no grid.

A Mercedes costuma andar melhor na corrida do que na classificação, então eles podem ainda estar na briga com as McLaren e Alonso. A questão é que, como o ritmo desses carros foi parecido nos treinos livres, é possível que eles fiquem em um trenzinho de DRS, com todos perto o bastante uns dos outros para conseguir acionar a asa móvel. Assim, fica mais difícil ultrapassar.

Piloto de 18 anos estreante pela Ferrari chama a atenção

Um grande destaque da corrida está largando em 11º. Oliver Bearman, de 18 anos, está fazendo sua estreia, correndo pela Ferrari no lugar de Carlos Sainz, que teve de passar por uma cirurgia de apêndice. Ele teve apenas um treino livre para se acostumar ao carro antes da classificação, e ficou a 530 milésimos de Leclerc, sempre muito rápido em uma volta lançada.

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Bearman, que estava correndo na F2 em Jeddah e tinha feito a pole position, disse que seu objetivo é completar a corrida. Ele tem um bom carro nas mãos, mas será uma corrida longa: o GP da F1 tem 22 voltas a mais que a prova mais longa da F2, e os carros são bem mais físicos por conta das velocidades maiores.

O GP da Arábia Saudita tem largada às 14h deste sábado. A F1 está começando com duas provas aos sábados devido ao ramadã, mês sagrado para os muçulmanos, que começa neste domingo. As corridas voltarão para o domingo na terceira etapa, na Austrália, em duas semanas.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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