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Paulo Anshowinhas

REPORTAGEM

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Karen Jonz troca as pistas pelo palco e canta "Andar de Skate é a Solução"

A tetracampeã mundial de skate e musicista Karen Jonz antes de show em SP - Isaac Freitas/ Divulgação
A tetracampeã mundial de skate e musicista Karen Jonz antes de show em SP Imagem: Isaac Freitas/ Divulgação

Colunista do UOL

07/12/2022 04h00

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A tetracampeã mundial de skate Karen Jonz trocou as pistas pelo palco na quinta-feira passada (1º), com o show de lançamento da sua turnê Papel de Carta, em um pocket show no Cine Clube Cortina, na República, região central de São Paulo.

A coluna acompanhou o show ao vivo ao lado da skatista Letícia Gonçalves, amiga de família de Karen, que mostrou no seu show talento artístico ao cantar, tocar guitarra, teclados e fazer uma performance vigorosa e animada. Ela demonstrou seu amor à mãe (que estava ao lado do palco) e homenageou o carrinho de tantas jornadas na canção Big Muff, onde ela cantava "Andar de Skate é a Solução".

Com a casa cheia, a noite foi aberta pela cantora Gabi Ferreira (que irá tocar na próxima edição do Lollapalooza em março de 2023) que também fez um duo com a skatista/musicista em uma das canções. Karen, com seu volumoso cabelo cacheado dourado (ao estilo Robert Plant), se apresentou vestida de forma angelical com roupa branca de bailarina em figurino de Ana Wainer e Shushu Tong, e um tênis de modelo exclusivo da marca Vans.

Em um momento família, chamou o seu "mozão", o marido Lucas Silveira, líder da banda Fresno - que comemorou seus 39 anos ao lado da amada, e ainda protagonizou cenas românticas no palco para delírio dos fãs, ao participar das canções Moleton e Certeza Absoluta.

Karen Jonz - Isaac Freitas/ Divulgação - Isaac Freitas/ Divulgação
A tetracampeã mundial de skate Karen Jonz com sua banda em SP
Imagem: Isaac Freitas/ Divulgação

Com um set list de 11 músicas, além do "mozão", Karen estava acompanhada de Lucas Romero na guitarra, Tuti Camargo no baixo e synth bass, e Nico na bateria.

Hoje (7), as 20h, Karen irá fazer uma live no TikTok para falar sobre a turnê Papel de Carta (que por enquanto teve este único show de abertura), mas antes ela falou com a coluna de Paulo Anshowinhas sobre sua empreitada na carreira artística.

UOL Esporte - Como foi fazer um show no dia do aniversário do Lucas (Silveira)? Foi um show-presente?

Karen Jonz - Hahaha não, na verdade eu acho que atrapalhei as comemorações dele. Mas tenho certeza que nunca vamos esquecer desse dia.

UOL Esporte - Para quem te acompanha de diferentes fases musicais desde as bandas Vaconaut and the Apple Monster e o duo Kyber Krystals (com Lucas Silveira), pode se considerar que você está trilhando um caminho mais light, mais pop do que o inicial?

Karen Jonz - Acho que meu trabalho solo começou mais lo-fi, e Papel de Carta é um rock/indie alternativo, bedroom pop. Mas vocês que estiveram no show viram que da metade pra frente tem uma virada e acaba ficando mais agitado.

UOL Esporte - Esse seu trabalho atual foi gerido a partir do Papel de Carta, de 2019? Ou é uma outra concepção?

Karen Jonz - Será que você quis dizer a partir do "pequeno excesso", que foi meu EP anterior? Papel de Carta é meu último lançamento e ele ainda vai contar com uma versão "Deluxe" com musicas inéditas e feats. Mas acho que sim, é uma continuidade do Ep no sentindo de construção, porem rola uma quebra também. O Ep é completamente Lo-fi e mais contemplativo e eu quis passar por aí. Em Papel de Carta temos musicas como ET e Big Muff que são bem agitadas e já anunciam o que vem pela frente

UOL Esporte - Em se tratando de referências, você tem alguma influência de Fernanda Takai, do Pato Fu, ou de outras bandas?

Karen Jonz - Eu adoro o jeito que a Fernanda canta, acho ela afinada e fofíssima. Acho que para esse disco as influências foram No Doubt, Alanis, Hole, Japanese House, Cansei de Ser Sexy, Tuyo, Imogen Heap, Lauryn Hill, Porter Robinson. Atualmente tenho ouvido muito a Willow e me inspirado.

UOL Esporte - A cantora Gabi Ferreira que abriu seu show tem agenda marcada para o Lollapalooza do ano que vem, você também pretende participar do festival, ou tem outros programados?

Karen Jonz - Se ela me chamar eu vou com certeza, mas não tenho nada marcado ainda.

UOL Esporte - Em Big Muff, você canta "Andar de Skate é a Solução". Como você vê a relação do skate com a música, seja ela rock, pop, rap ou trap?

Karen Jonz - Skate é uma cultura rica e complexa tanto visual quando musicalmente. Meu gosto musical foi formado e influenciado pelos ambientes que eu frequentava. Na adolescência ouvia muito hardcore, ia em shows. Assistia vídeo-partes para anotar as musicas (risos), porque sempre teve uma curadoria muito foda. Para mim, andar de skate sempre foi a solução. Me ajuda a espairecer, me acalmar e me centrar.

UOL Esporte - Com essa sua nova guinada artística, você considera que a fase do skate para você não é mais prioridade?

Karen Jonz - O skate sempre vai ter espaço no meu dia a dia. Não consigo ficar sem andar... é tipo comer e dormir, eu tenho que andar de skate. Mas o skate competitivo, de alto rendimento, já não é minha prioridade há algum tempo. Encontrei outras maneiras e significados com skate e posso dizer que eu nunca estive tão situada e contente. .

UOL Esporte - Que momento da vida a Karen Jonz está atravessando e como isso reflete no seu trabalho?

Karen Jonz - Acho que ainda estou aterrissando na música. Com uma filha de 6 anos já tenho um pouco mais de liberdade para trabalhar. Estou vivendo os desafios de uma transição de carreira aos quase 40 anos (risos). O que reflete no meu trabalho é que me esforço para ter maturidade de não querer fazer tudo ao mesmo tempo. Ter tempo e calma no que quer que seja a que estiver me dedicando. Não tenho pressa.

UOL Esporte - E além da música e do skate, ser comentarista de TV ainda está nos seus planos?

Karen Jonz - Ser comentarista nunca foi um plano. Foi uma boa fortuna no meio da minha caminhada que me trouxe muita alegria e bons frutos. Mas se me chamarem novamente eu irei com certeza!