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Paulo Anshowinhas

REPORTAGEM

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Rayssa vira skatista profissional nos EUA; no Brasil apenas no final do ano

A estrela do skate Rayssa Leal com seu pro model recém-lançado - Divulgação
A estrela do skate Rayssa Leal com seu pro model recém-lançado Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

20/05/2022 21h53

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Sexta-feira especial para estrela do skate Rayssa Leal, ao ser recebida com festa surpresa e direito a bolo ao saber que seu shape profissional foi lançado nos Estados Unidos.

Rayssa, que está em treinamento para as próximas competições em Los Angeles, no sul da Califórnia (EUA), ficou emocionada com a surpresa ao ser recebida pelos amigos com seu novo pro model da marca April.

"I'm Pro!!! Não sei muito o que dizer", comentou Rayssa em sua página no Instagram.

"Hoje realizei um dos meus maiores sonhos como skatista, foi uma surpresa, eu não esperava isso acontecer agora...Eu sonhei tanto com esse dia. Tô muito feliz, galerinha", escreveu emocionada.

Embora ela estivesse gravando nas ruas de Los Angeles (EUA) para o lançamento do shape, a novidade a pegou de surpresa: "Eu tô muito feliz! Eu nem acredito! Eu não sabia que ia acontecer agora", contou.

Para Shane O'Neil, que disse que a assistia andar de skate e adora o estilo dela, "fez muito sentido tentar coloca-la no time. Também ouvi dizer que April é o que ela realmente queria, o que é importante para mim. Sentado aqui, hoje, estou incrivelmente orgulhoso e feliz com o quão longe ela chegou", afirmou.

"Rexxxpeita a braba que agora ela é Pro. Muito orgulho de você, pequena", comentou a amiga skatista Letícia Bufoni no post, onde também recebeu os parabéns de feras como Nyjah Huston, Gustavo Ribeiro, Felipe Mota, Paul Rodrigues e da própria Street League entre milhares de outras personalidades do skate mundial.

Pintado em cor-de-rosa, o shape tem um gráfico da Fadinha com céu azul de fundo, ilustrando bem o apelido que consolidou Rayssa no cenário nacional e internacional.

"Esse é o momento mais esperado na vida de qualquer skatista de street! Ter conquistado isso, com minha família que sempre me apoiou aqui comigo é emocionante demais. Mais um sonho realizado", alegra-se Rayssa.

O novo modelo já está a venda desde esta sexta-feira nas lojas dos Estados Unidos e online pelo site da April Skateboards, em seis tamanhos de largura 7,5 à 8,5 polegadas (19 a 21,5 cm) pelo preço de US$ 65 (cerca de R$ 317,20).

Ao lançar um pro model pela April, nos Estados Unidos, a skatista Rayssa Leal se transforma automaticamente em profissional.

Profissional nos Estados Unidos, no Brasil, Rayssa tem de aguardar até o final do ano

Ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, onde não existe uma regulamentação em relação à profissionalização do skate, no Brasil a modalidade que em março deste ano foi reconhecida como profissão pelo Ministério do Trabalho através da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), segue regras rígidas em relação a atividade.

Isto porque, de acordo com a Constituição Federal e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é vetado trabalho para menores de 16 anos, exceto como aprendiz o que se dá a partir dos 14 anos, a exemplo do futebol.

E a própria Confederação Brasileira de Skate tem suas regras, nas quais Rayssa já pode se encaixar perfeitamente, mas precisa aguardar a janela de profissionalização, que normalmente se abre no final do ano.

Em matéria publicada por nossa coluna em 25 de outubro do ano passado, ao menos duas dessas condições precisam ser observadas como:

Critérios objetivos:

  • Ter no mínimo 14 anos de idade
  • Ser federado por alguma associação ou federação local
  • Não ter sido punido por má conduta desportiva
  • Estar quites com a Justiça Criminal
  • Ter se classificado entre os 3 primeiros nos últimos 3 anos
  • Ter sido finalista em campeonatos nacionais ou internacionais
  • Ser membro da Seleção Brasileira de Skate

Critérios subjetivos:

  • Exposição na Mídia
  • Patrocínios
  • Tempo de skate
  • Conquista relevante
  • Currículo de trajetória
  • Declaração de patrocínio.

E, como havia adiantado no ano passado o presidente da CBSK, Eduardo Musa: "É um novo momento do esporte, e a própria comunidade do skate vai precisar debater internamente os parâmetros que serão estabelecidos nos próximos anos para o processo de profissionalização", afirmou.