Olhar Olímpico

Olhar Olímpico

Siga nas redes
OpiniãoEsporte

Prata no Mundial reafirma Rayssa entre as melhores, mesmo quando não ganha

Campeão da SLS, Giovanni Vianna ficou em 25º lugar no Mundial de Skate Street, duas semanas depois da competição em São Paulo. O francês Vincent Milou, prata, não passou da semifinal. O português Gustavo Ribeiro, bronze, se despediu em 17º.

As variações de pista, de manobras, de cenários, tornam o skate, especialmente o street, uma modalidade imprevisível, em que um erro transforma um candidato ao título em eliminado. Regularidade é para poucos, e isso torna os feitos de Rayssa Leal ainda mais impressionantes.

Neste domingo (17), em Tóquio (Japão), ela conquistou a prata no Mundial da World Skate. Não repetiu a vitória de São Paulo, mas ficou a menos de quatro pontos da japonesa Yumeka Oda, que ganhou o ouro com uma incrível manobra de 94,80 pontos, um feeble flip.

Como este colunista já havia escrito na abertura da corrida olímpica do skate, em meados do ano passado, o nível do sarrafo no street feminino não para de subir. Tanto que a sempre regular Pâmela Rosa desta vez não conseguiu nem vaga na final.

A chave para chegar ou não ao pódio tem sido fazer uma boa volta. É, literalmente, meio caminho andado. Nas semifinais e finais das etapas da World Skate, são consideradas a nota de uma volta (em duas tentativas) e de duas manobras (em cinco tentativas). Nas fases eliminatórias, a melhor de duas voltas. Nelas, quem fica de pé na linha inteira tem muito mais chances de avançar do que quem sofre uma queda.

No Mundial, as três do pódio feminino foram as três que acertaram suas voltas, tirando acima de 80 pontos. Depois, ouro, prata e bronze foram decididos nas manobras. Ainda que tenha feito uma de 94,62 pontos, a australiana Chloe Covell não conseguiu recuperar os 20 pontos de desvantagem que tinha em relação à campeã olímpica Momiji Nishyia após as voltas. Momiji foi ao pódio, e Chloe ficou em quarto.

Parece cada vez mais claro que, nos Jogos de Paris, o pódio deverá disputado por Rayssa, Chloe e as três japonesas que se classificarem — no Mundial, cinco passaram à final. Se Momiji e Oda têm a regularidade (foram ao pódio, cada uma, em quatro das cinco etapas válidas para a corrida olímpica), Rayssa tem a incrível capacidade de competir.

Quando vale, a brasileira brilha. Este ano, ganhou o Mundial disputado em fevereiro, e que tecnicamente valia como sendo o de 2022, venceu o Super Crown, e ainda foi prata no Mundial de Tóquio, hoje. No ano passado, já havia vencido o Super Crown, no Rio. Em quatro competições 'major', títulos e um vice. Nada mal.

Em entrevista ao Estadão, publicada também pelo UOL, Rayssa disse que tem sentido falta de tempo para ser adolescente. Ela deverá enfim poder relaxar do skate agora que o Mundial passou. A World Skate tem uma etapa da corrida olímpica em março, em Dubai, que para ela não fará diferença.

Continua após a publicidade

Depois, serão só duas competições de fato importantes, na chamada segunda janela do ranking olímpica. Só hoje, aliás, a World Skate detalhou como vai ser. Segunda colocada do ranking, Rayssa tem 197 mil pontos. Só a medalha de prata em uma dessas duas futuras etapas, as OQS, vai valer 208 mil. Um quarto lugar valerá mais pontos que a soma de um ouro e uma prata em Campeonatos Mundiais.

A primeira dessas duas etapas será em abril, em Xangai. O outra, em junho, em Budapeste. Na prática, nada tira a vaga olímpica de Rayssa, que vai a Paris para, novamente, ser forte candidata ao pódio.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes