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Olhar Olímpico

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Brasileiros sofrem no cavalo e ficam em sétimo no Mundial de Ginástica

Caio Souza no cavalo com alças - Ricardo Bufolin/CBG
Caio Souza no cavalo com alças Imagem: Ricardo Bufolin/CBG

02/11/2022 17h35

Seguidos erros no cavalo com alças, considerado o aparelho em que a ginástica artística masculina brasileira é mais deficiente, impediram que a equipe verde-amarela alcançasse um bom resultado na final do Mundial de Liverpool, nesta quarta-feira (2). O time vinha no caminho para o quarto lugar, que seria a melhor posição da história, mas despencou depois que Diogo Soares, Lucas Bitencourt e Caio Souza caíram em suas apresentações, terminando em sétimo. Antes, Arthur Nory havia sofrido uma queda na barra fixa, aparelho no qual foi campeão em 2019 e disputará novamente a final este ano.

A ginástica masculina tem cinco países que são considerados potências da modalidade: EUA, Japão, China, Rússia e Grã-Bretanha, que desde 2014 se revezam nas cinco primeiras posições de Mundiais e Olimpíadas. Este ano, a Rússia, suspensa, não disputa o Mundial, o que abriu a disputa por um lugar no top5. Essa disputa paralela foi vencida pela Itália, que terminou na quarta colocação, à frente dos EUA.

O Mundial distribuiu três vagas nos Jogos Olímpicos de Paris, para os três países que foram ao pódio. Assim, já estão garantidos nas Olimpíadas de 2024 a China, ouro, o Japão, prata, e a Grã-Bretanha, bronze. Outras nove vagas serão distribuídas no Mundial do ano que vem, quando o Brasil tem ótimas chances de se classificar.

Em Liverpool, o Brasil buscava igualar ao menos igualar o sexto lugar alcançado tanto no Mundial de 2014 quanto nas Olimpíadas de 2016, melhores resultados da história, mas acabou sentindo a falta de um terceiro generalista de ponta. Terminou com 241,362, perdendo quase cinco pontos só no cavalo com alças na comparação com as eliminatórias. Não fosse isso, poderia ultrapassar a Itália, Espanha e a tradicional equipe dos EUA, que ficou só 4,6 pontos à frente.

Porto-seguro da equipe, Caio Souza fez boa apresentação, somando 82,200 nos seis aparelhos, mas caiu no cavalo com alças — se tivesse repetido a nota das eliminatórias nesse aparelho, chegaria 83,965 o que, por sua vez, daria a ele o quarto lugar na fase classificatória do individual geral. Ele disputa essa final na sexta, com alguma chance de medalha. Ele se classificou em décimo.

Yuri Guimarães, único estreante do Brasil neste Mundial, fez ótima apresentação no solo, com nota 14,366, que valeria o posto de primeiro reserva na final do aparelho, se feito nas eliminatórias. Para uma equipe que só tem dois atletas em finais de aparelhos — Nory na barra fixa e Caio no salto —, é uma adição importante.

O Mundial em Liverpool continua amanhã com a final do individual geral feminino. Rebeca Andrade é a grande favorita ao título que não veio nas Olimpíadas de Tóquio. Ela fez 1 ponto e meio a mais que qualquer adversária nas eliminatórias e mesmo ontem, quando caiu da trave na final por equipes, somou mais pontos do que todas as outras ginastas.