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Marília Ruiz

CEO do Orlando City ensina alternativa rentável para volta do futebol

16/06/2020 12h51

Um novo torneio em formato de Copa, 26 clubes em sede única, inovações tecnológicas para que a experiência de transmissão seja inovadora e sedutora, prêmio esportivo e financeiro para campeão e pontuação que valerá para o torneio regular (quando ele puder acontecer): é assim que a Major League Soccer, principal liga de futebol dos EUA, vai voltar a campo no próximo dia 8 de julho em Orlando.

"Começamos a pensar no que faríamos no dia 13 março, um dia depois de campeonato ser parado aqui por causa da pandemia do coronavírus. Muitos projetos foram avaliados, mas chegamos logo à conclusão de que seria impossível as viagens pelo país para retomar os jogos. Os estados tinham e têm ainda situações muito diferentes de controle da doença. Levei a ideia de reunir a Copa aqui em Orlando para o prefeito do condado, fizemos acordos com hotéis, conseguimos as autorizações Florida e do Governo Federal. Vamos retomar o futebol depois de pensar primeiro na saúde, na segurança e depois, unidos, chegamos a um modelo bom para os clubes", disse Alexandre Leitão, CEO de Orlando, em entrevista exclusiva ao Blog.

O "MLS is Back", como foi batizado o torneio, será disputado entre 8 de julho e 11 de agosto em um complexo esportivo em Orlando. Não é um torneio-tampão. Cada equipe jogará três vezes na fase de grupos, divididos pelas Conferências Leste e Oeste. Os pontos conquistados contarão para a classificação da temporada regular da MLS. Os dois primeiros colocados das seis chaves, mais os quatro melhores terceiros lugares, avançam para a etapa final. O campeão leva ainda vaga na "Champions" da Concacaf de 2021.

"Jogadores e técnicos sabem que o torneio é para valer. E vale muita coisa", afirmou o CEO do Orlando City.

MLS anuncia volta aos campos - Divulgação - Divulgação
MLS anuncia Orlando como "nova capital" do futebol nos EUA
Imagem: Divulgação

Todas as delegações e envolvidos ficarão confinados em um hotel de 1900 quartos que já está reservado e sendo preparado exclusivamente para o evento - funcionários testados e confinados para tal. Serão mais ou menos 45 pessoas por clube. Além disso, árbitros, dirigentes e representantes oficiais da competição terão de ficar confinados a partir do próximo dia 28.

"Já estamos testando todo mundo a cada 48 horas. Desde ontem pudemos retomar os treinos coletivos. Seguiremos com testes em massa até a entrada na concentração. Aí, todos serão testados três dias seguidos: 27, 28 e 29. A partir disso, os testes serão feitos sempre nas vésperas dos jogos. Ninguém fez nada com pressa. Foi tudo muito planejado e pensando por médicos contratados pelos clubes e pela MLS como consultores", disse Leitão.

Tratando-se de um evento norte-americano e no complexo Disney, inovações tecnológicas e efeitos especiais fazem parte do pacote de transmissão já comercializado com 150 países.

"Os jogos serão em campos que não tem arquibancadas. E isso nos dá muita chance de inserir efeitos de tecnologia. Estamos planejando coisas muito inovadoras para que a experi6encia do torcedor seja intensa. Muito do que será visto em casa, quase 90%, será apenas virtual. Teremos mais câmeras na transmissão, teremos drones e estamos negociando para ter microfones nos árbitros", contou o dirigente.

Se eu fosse você, assistiria à entrevista acima na íntegra.

Se eu fosse dirigente, assistiria umas 10 vezes à entrevista.

Quem sabe assim a gente saia desse congelamento mental: desde o dia 16 de março, os dirigentes brasileiros apresentaram zero plano para o futebol. O único plano, em uníssono, é voltar a jogar e continuar o que estava planejado pelo nosso caótico calendário como se nada tivesse acontecido... Mas aconteceu.