Decisão do STF acelera negociações entre clubes e atletas em SP
Amparados pela decisão do STF, que manteve na semana passada a validade da MP 936 (que permite redução de salários e jornada e, assim, a legalidade dos acordos individuais firmados entre funcionários e empregadores sem a participação de sindicatos), clubes e jogadores retomaram as negociações para o corte de salários enquanto durar a pandemia do coronavírus.
É o caso, por exemplo, do Santos. "Pagamos março integralmente apesar de o campeonato ter parado antes (no dia 16). Mas já estamos conversando com os jogadores, que sabem que a situação do clube é muito difícil. Já perdemos quase 70% do faturamento", disse o presidente José Carlos Peres, em entrevista a essa blogueira e seus pares no "Bola Rolando" do Bandsports.
A mesma situação se repete no São Paulo. A direção trata das reduções com líderes do elenco, que já toparam abrir mão de 25% dos rendimentos, mas impuseram algumas condições: que os cortes só atingissem apenas quem recebe acima de um teto (R$ 200 mil). "Uma redução já está acontecendo. Temos que entender a crise que a instituição está passando", afirmou o atacante Pablo.
O Corinthians, que chamou o Sindicato dos Atletas de SP para conversar antes da decisão do STF, decidiu usar a antecipação das férias (de 1 a 30 de abril) para seguir negociando o corte. O clube, que viu sua arrecadação despencar com o corte das verbas de patrocinadores e de TV, espera uma indicação da FPF para saber se os jogadores irão ou não retomar os trabalhos no dia 1 de maio. Caso a bola siga parada por imposição do coronavírus, haverá um corte - ainda não há consenso sobre a porcentagem.
No Palmeiras, a prioridade tem sido a renegociação dos contratos com empresas e pagamentos de terceiros. Apesar da situação privilegiada em relação aos rivais, já que a principal patrocinadora não suspendeu os pagamentos, o clube também não descarta ter que entrar em acordo com o elenco, já que a folha mensal de pagamentos ultrapassa os R$ 20 milhões.
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