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Marília Ruiz

Vai começar (pra valer) a Libertadores

Marília Ruiz

02/03/2020 13h01

Dois meses de temporada para que os brasileiros classificados para a fase pra valer da Libertadores (a fase de grupos) e chegamos à semana das estreias.

Se é possível afirmar com segurança que o Flamengo, time que mais bem se reforçou e que melhor terminou a temporada de 2019, está ainda melhor. Nem começar a disputa fora de casa contra o Junior Barranquila e com importantes desfalques abala o favoritismo do time de Jorge Jesus.

Não se pode falar o mesmo dos demais brasileiros na disputa. Nenhum "treinou" suficientemente bem em seus Estaduais para estarem com times definidos e na ponta da língua de seus torcedores.

Apesar da ascensão recente (nas D-U-A-S últimas rodadas de Paulista), o São Paulo de Fernando Diniz vai jogar nas alturas do Peru contra o Binacional. Dois meses a mais de trabalho de Diniz (que assumiu o clube em outubro passado) não foram suficientes para sedimentar o estilo de jogo do técnico. O time ainda pena para marcar gols. Mas o bom momento de Daniel Alves e de Pato (!) são dois trunfos.

O Palmeiras de Luxemburgo estreia contra o inexpressivo Tigre, na Argentina. O time vai bem, obrigado, no Paulista. O problema é esse. Bem, obrigado, mas só. Não arranca suspiros ainda. Há um claro avanço no estilo de jogo (menos modorrento) que fracassou no ano passado com Felipão e Mano Menezes, mas a equipe estreia com algumas sombras: não saiu do zero em clássicos, Felipe Mello deu um "susto" à la Felipe Mello no jogo contra o Santos, e Dudu segue sendo o melhor do time - mas segue arriscando menos chutes do que deveria. Como disse Luxemburgo a esse BLOG, "Dudu precisa gostar de entrar na área, precisa marcar mais gols".

Se a torcida do Inter (re)começa a Libertadores aliviada depois de duas classificações em mata-mata, o técnico Coudet ainda não fez o time jogar. A vitória sobre o Tolima na semana passada foi com emoção e com expulsão: por isso nessa semana o time joga sem D'Alessandro contra o Universidad Católica no grupo mais equilibrado da disputa: além dos chilenos, há o América de Cali (COL) e o rival Grêmio. Renato Gaúcho e seu time muito diferente do ano passado (com apostas controversas como Thiago Neves e Diego Souza) começam a luta pelo tetra na Colômbia ainda sob a desconfiança de não ter feito nenhum grande jogo na temporada.

Outro que nada fez para animar sua torcida para o jogo de amanhã contra o Defensa y Justicia foi o Santos de Jesualdo Ferreira, o técnico que trava lutas diárias para fazer o time jogar mais (ou alguma coisa que dê pistas do Norte que ele quer perseguir) e para dar entrevistas. O grande trunfo do Santos é o primeiro tempo do clássico do último sábado contra o Palmeiras (os melhores 45 minutos do ano). Pouco, né?

Por fim, o que sobrou do Athlético pega de cara o Peñarol. O que poderá ou não fazer Dorival Júnior será visto a partir de agora: dois meses de temporada e o time é mais fraco do que o que se apresentou em janeiro.

A impressão é de que todos vão mesmo correr atrás do favoritismo rubro-negro. Mas, como não se trata da Copa do Brasil, bom lembrar que os brasileiros tem sido eliminados sem pena por rivais menos poderosos em Sul-Americana, Pré-Libertadores e, se bobear, até em par ou ímpar de gol qualificado...