Luís Rosa

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Espanholas conquistam Copa com história emocionante que relembra os homens

Quando Olga Carmona levantou a sua camisa Olga Carmona na comemoração do seu gol, que acabou dando o inédito título da Espanha na Copa do Mundo Feminina, e na que estava por baixo estava escrito apenas uma palavra, o significado daquela mensagem foi a pergunta que mais rondou as redes sociais, os portais de notícias e as transmissões da final.

Ao longo do segundo tempo, jornalistas que cobrem a seleção feminina revelaram que estava escrito "Merchi", o nome da mãe de uma de suas melhores amigas, que morreu recentemente.

Eleita a melhor jogadora da decisão, poucos minutos após celebrar com as companheiras o título, na entrevista à beira do gramado, Olga Carmona confirmou a homenagem de solidariedade e conforto para a amiga.

Após a comemoração do título, a autora do gol histórico sentiu na pele a dor de uma perda. Antes da partida, o seu pai faleceu. Familiares decidiram só avisá-la depois da decisão.

Nesta segunda-feira, em uma rede social, Olga Carmona agradeceu o carinho de amigos e torcedores e fez uma homenagem ao pai.

"Sei que você gostaria de me ver curtir esse momento histórico, por isso estarei com meus companheiros, para que de onde você estiver saiba que essa estrela também é sua, papai", postou em uma rede social, na escala da seleção espanhola, em Dubai, nos Emirados Árabes.

Com o título consumado, que coloca a Espanha ao lado da Alemanha, como as únicas seleções a conquistar a Copa do Mundo com as mulheres e os homens, impossível não se lembrar do gol histórico marcado por Andrés Iniesta, na vitória sobre a Holanda, na decisão da Copa do Mundo na África do Sul, no dia 11 julho de 2010.

O então craque do Barcelona levantou a camisa e na que estava por baixo estava escrita a mensagem 'Dani Jarque, sempre conosco". Uma homenagem ao amigo e zagueiro do Espanyol, que morrera no dia 8 de agosto de 2009, quando o clube espanhol fazia pré-temporada em Florença, na Itália.

Caminho de superação

Outras curiosidades valem ser lembradas entre as conquistas das mulheres e dos homens. Como em 2010, a Espanha também perdeu na fase de grupos. No masculino, a derrota foi para o Chile, enquanto no feminino a queda foi diante do Japão.

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Por isso, como os homens, as mulheres não eram favoritas, ainda mais por enfrentarem a atual campeão da Eurocopa, que tinha levado a melhor nas quartas de finais.

Se os homens ganharam da seleção holandesa, com as mulheres a vitória foi sobre uma técnica holandesa, Sarina Wiegman, considerada a melhor técnica do mundo.

Por ironia do destino, a treinadora perde a decisão para um colega, Jorge Vilda, que nem de longe é amado pelas suas jogadoras. É, digamos, um título, apesar do técnico.

No ano passado, 15 jogadoras assinaram um manifesto e enviaram à Real Federação Espanhola pedindo a saída do treinador por não concordar com os seus métodos de trabalho. Os cartolas classificaram como "atitude inaceitável" e bancaram o treinador, que é apenas o terceiro a comandar a seleção feminina.

Terceira também foi a participação da Espanha em uma edição de Copa do Mundo. Em 2015 no Canadá, o país caiu na fase de grupos, 2019 na França, a equipe parou nas oitavas de finais, derrotada pelos Estados Unidos, que rumou para o título.

Com investimento em formação de jogadores, em condições abaixo do que ocorre com os homens, as espanholas mostraram força não só entre as profissionais. Na base, as mulheres são as atuais campeãs dos Mundiais sub-17 e sub-20.

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