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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

City massacra o Real, mas obra de arte de Guardiola ainda não está completa

17/05/2023 17h55

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No fim das contas, as semifinais da Liga dos Campeões da Europa foram raras: não houve competição. A Inter definiu as coisas contra o Milan ainda no primeiro jogo. E o Manchester City acabou com o Real Madrid em poucos minutos na partida de volta.

A diferença entre City e Madrid já era grande no ano passado, mas o Real estava iluminado - já vimos isso em outras Champions. Não deveria ter passado nem do PSG nas oitavas, acabou conseguindo viradas épicas e o 14º troféu. Neste ano, a diferença entre os times ficou acentuada com a chegada de Haaland e a saída de Casemiro.

Em Madrid, o Real até fez uma boa partida. Hoje, foi um baile. O time branco nunca conseguiu sair de trás, só ameaçou no segundo tempo porque o confronto já estava definido. Só Haaland ficou frustrado, porque Courtois pegou tudo contra o artilheiro da temporada. Mas não deu para pegar as bolas de Bernardo Silva, o fogo amigo de Militão e o tento do estrelado Julián Álvarez, que entrou e conferiu o dele. A goleada por 4 a 0 é uma das piores já sofridas pelo Real Madrid no palco europeu.

Faz 15 anos que o dinheiro começou a jorrar no time azul de Manchester. O primo pobre da cidade virou o primo rico, contratou o melhor treinador do mundo, gastou bilhões (literalmente) em jogadores e passou a ganhar campeonatos. Falta ainda a Champions League, e esta de junho será a segunda final - dois anos atrás, Guardiola caiu diante do Chelsea.

Faz 18 anos que a Europa decidiu seu principal troféu entre um inglês e um italiano em Istambul, na Turquia. Naquela ocasião, o Milan era o ultrafavorito, abriu 3 a 0 no primeiro tempo, levou o empate e perdeu para o Liverpool nos pênaltis. Desta vez, o ultrafavorito é o time inglês. O azarão é o italiano. É jogo único, fiquemos de olhos abertos.

Como disse um grande amigo meu, "sempre podemos ter Guardiola escalando Foden de zagueiro". Talvez. Mas Guardiola, que não vence a Champions desde 2011, parece ter encontrado o equilíbrio necessário para voltar a ser coroado campeão da Europa. Falta uma pincelada para a obra de arte ficar completa.