Danilo Lavieri

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Abel Ferreira manda recado e reforça cartilha sobre jovens no Palmeiras

Na manhã desta sexta-feira, Abel Ferreira colocou no seu Instagram uma publicação que mostra o ex-técnico Arsène Wenger falando sobre a resiliência que um atleta jovem precisa ter para sobreviver no futebol.

O palmeirense não dá mais entrevistas exclusivas, se limita a falar apenas nas coletivas, mas sempre usa as suas redes sociais para passar recados sobre o que pensa. Já usou Guardiola para falar de calendário e tantos outros exemplos.

É verdade que a categoria de base tem muitas promessas que não se realizam. Na verdade, a enorme maioria dos jovens que tentam a sorte no futebol não passam nem da primeira peneira. E mesmo entre os que passaram da primeira, mais da metade deles não chega aos 21 anos jogando futebol.

Abel Ferreira já acertou em diagnósticos como no caso de Gabriel Verón, que não se provou até agora mesmo tendo sido eleito o melhor sub-17 do mundo, ou com Patrick de Paula, que já teve vários problemas fora de campo no Botafogo desde a sua chegada ao Rio de Janeiro. Mas também já errou.

Claro que a missão é difícil. Qual é a hora certa de dar chance para uma joia? Endrick demorou. Teve bastante oportunidade no começo de 2023, não correspondeu e saiu do time. Demorou demais para voltar, mas quando isso aconteceu correspondeu e mostrou que o time poderia ter tido mais sorte contra o Boca Juniors na semifinal da Libertadores.

Os focos agora são Luís Guilherme e Estevão. Quando vai ser a hora certa de colocar os dois? Abel pode ter a sua cartilha e seus métodos para promover os jovens, tem razão ao dizer que só os mais resilientes sobrevivem, mas também precisa entender que em um momento em que seus titulares não produzem, todos querem ver outras alternativas.

Luís Guilherme pode jogar como 10 e pode ser uma ótima alternativa para Raphael Veiga, que vive uma fase ruim. Foi muitas vezes utilizado como ponta, mas também demorou a convencer que merecia mais chances do que Breno Lopes, que acabou negociado.

Estevão ainda precisa evoluir fisicamente, não tem todos os conceitos táticos na cabeça, mas tem o talento necessário para aparecer mais vezes entre os titulares.

Abel tem uma excelente preocupação ao colocar os jovens aos poucos, para não perder talentos como a gente tanto vê acontecer por aí. Mas o português precisa entender que a sua cartilha não é 100% certeira e que em certas situações os jovens pedem passagem.

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Não é fácil colocar um jovem para enfrentar o São Paulo em pleno Morumbi. Mas será que faz bem para Raphael Veiga continuar sendo utilizado e desempenhar tão longe do que ele pode em um clássico que historicamente traz tantos problemas a Abel?

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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