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José Cruz: Bolsonaro muda os rumos nas relações com atletas

Presidente da República, Jair Bolsonaro durante reunião da Comissão de Ética Pública - Isac Nóbrega/PR
Presidente da República, Jair Bolsonaro durante reunião da Comissão de Ética Pública Imagem: Isac Nóbrega/PR
José Cruz

15/08/2019 15h42

Pelas redes sociais, Bolsonaro cumprimentou a delegação brasileira que terminou em segundo lugar nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no último domingo (11). Em governos passados, os atletas vinham a Brasília agradecer a verba pública para eles liberada.

Agora, Bolsonaro interrompe o puxa-saquismo cínico que sempre existiu nas relações político-esportivas. Até porque o resultado dessa geração de atletas foi construído com recursos de governos passados.

Eram tempos em que o dinheiro saía pelo ladrão, literalmente. E os mesmos atletas que sorriam aos poderoso$ silenciavam aos robustos casos de corrupção em suas confederações. Deu no que se vê hoje. Apesar das medalhas no Pan, a crise institucional é real, e a comunidade esportiva treme com medo do futuro.

Volto à mensagem do capitão-presidente aos atletas. Ele destacou que 54,3% das 171 medalhas conquistadas em Lima (55 de ouro, 45 de prata e 71 de bronze) vieram da atuação de atletas das Forças Armadas. É fato, mas se trata de uma afirmação polêmica, pois não são atletas formados nas fileiras militares. Ao contrário, selecionaram para as suas tropas alguns dos melhores atletas civis, deram-lhes uma determinada patente, um salário e, claro, fortalecem as equipes das Forças Armadas, principalmente para os Jogos Mundiais Militares, que acontecem a cada quatro anos.

Essa tese é ampla e não cabe num só artigo. Está no contexto de uma discussão maior. Mas, no geral, revela que os governos priorizam o alto rendimento e o número de medalhas, sem se levar em conta o nível da competição. Como se esse resultado representasse uma expressiva evolução esportiva no contexto dos grandes eventos.

É preciso reconhecer que o Ministério da Defesa desenvolve um excelente projeto sócio-educacional que inclui o esporte nas atividades de crianças e adolescentes. Mas estamos muito longe de uma política efetiva para o setor, sem interrupções e mudanças de rumo a cada troca de governo.

Até a próxima parada

Com este artigo encerro minha segunda parceria com o UOL Esporte, que durou onze meses. Compromissos em tempo integral me impedem de continuar neste valioso espaço.

Obrigado a todos, em especial aos companheiros do UOL que mais uma vez me acolheram. Vamos em frente.

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