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Gustavo Fogaça - Brasil 3.0: há vida na Seleção sem Neymar?

Tite conversa com Neymar após atacante deixar o gramado na partida entre Brasil e Qatar - Ueslei Marcelino/Reuters
Tite conversa com Neymar após atacante deixar o gramado na partida entre Brasil e Qatar Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

11/07/2019 04h00

Após o título da Copa América, tem se discutido se a seleção brasileira aprendeu a jogar sem Neymar e se ele ainda tem espaço no time de Tite. Alguns dizem que o craque sempre terá seu lugar, e outros acreditam que ele perdeu seu espaço. Se em 2014 levamos um chocolate da Alemanha sem Neymar, agora levantamos um caneco sem ele no time. Afinal, há vida na seleção sem Neymar?

A resposta é bem simples: é Neymar mais dez. O fato de a seleção ter um grande técnico que consegue levar o Brasil ao título sem seu maior jogador não diminui a importância do craque para as mecânicas do time.

Neste "Brasil 3.0" pós Copa América, há alguns detalhes táticos diferentes: a importância dos extremos, jogando bem abertos e dando a chamada "amplitude" (durante a Copa, era um lateral e um extremo que faziam isso) e os laterais jogando por dentro e criando triângulos de passe - aqui, destaque para Dani Alves como um verdadeiro camisa 10.

Outra novidade é a figura do centroavante de mobilidade, às vezes fazendo a função de "falso 9", em outras em constantes trocas de posicionamento com o meia mais próximo. E também o fato de os meias defensivos/internos girarem muito entre as linhas, sem infiltrar tanto quanto na época Pré-Copa e no Mundial da Rússia.

Sem dúvidas, é um novo Brasil que vai começar as Eliminatórias da Copa do Catar em março do ano que vem. Com Coutinho ficando mais preso entre as linhas defensivas, a figura do meia centralizado na plataforma 4-2-3-1 termina sendo o lugar ideal para Neymar nessa nova Seleção.

Primeiro, ele ainda é o maior driblador da seleção, com aproveitamento médio de 64%. As maiores dificuldades do Brasil foram contra seleções que se defendem em bloco baixo, linhas de 5 e modelo reativo. Ambientes propícios para geradores de caos, como Neymar.

Mas não adianta mais deixar Neymar preso na lateral de campo como ele jogava no Barcelona. Precisa-se do jogador do PSG, que flutua mais e tem liberdade para se associar ao portador. O cara que vai buscar Arthur e Casemiro, os laterais, os extremos e trocar de posição com o centroavante. Encaixar na alma da nova Seleção de Tite.

No "Brasil 3.0" Neymar é mais importante do que nunca. Mas o bom dessa importância é que ela não é mais uma dependência. O time sabe jogar sem Neymar. O que só comprova a eficiência do trabalho de Tite e sua comissão e a imensa qualidade dessa geração de jogadores que já foi chamada de "safra ruim".

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