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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Seleção está pronta para Copa, mas Fred titular faz cada vez menos sentido

Jogadores da seleção brasileira comemoram gol marcado em amistoso contra a Tunísia - Anne-Christine Poujoulat/AFP
Jogadores da seleção brasileira comemoram gol marcado em amistoso contra a Tunísia Imagem: Anne-Christine Poujoulat/AFP

Colunista do UOL Esporte

27/09/2022 18h35

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No primeiro gol, de Raphinha, a seleção brasileira atacava a última linha da Tunísia com cinco homens.

Lucas Paquetá aberto pela esquerda, Neymar, Richarlison e Raphinha por dentro e Fred, que entrou na vaga de Vinícius Júnior, aberto lá pela direita. Danilo e Alex Telles mais contidos e por dentro, auxiliando Casemiro na articulação por trás. Com o lateral direito muitas vezes se juntando a Marquinhos e Thiago Silva para fazer uma saída de três desde a defesa.

Como o narrador Galvão Bueno falou na transmissão da TV Globo mais de dez vezes no primeiro tempo no Parc des Princes, a Tunísia só havia levado três gols em doze jogos, desde que o treinador Jalal Qaderi assumiu o comando. Levou quatro em 40 minutos. E ainda teve o zagueiro Dylan Bronn expulso por agressão a Neymar.

A seleção brasileira está pronta para a Copa, só precisando de algum "polimento" antes da estreia contra a Sérvia, em 24 de novembro. Como a bola parada defensiva, que teve falha coletiva no gol do zagueiro Montassar Talbi.

Não quer dizer que vai atropelar e ganhar o hexa. Futebol de seleções é cada vez mais equilibrado e imprevisível. Há, porém, um modelo de jogo bem assimilado e opções talentosas na frente.

Só que a maneira de atacar, com muitos elementos do jogo de posição, indica que não há a necessidade de tantos cuidados defensivos.

Qual a justificativa para escolher Fred e não Paquetá para executar a função de meia, ajudando Casemiro na proteção da última linha e fazendo dupla com Raphinha à direita quando ataca. Por que abrir mão de um ponteiro pela esquerda que decide Liga dos Campeões e carrega o carisma que cativa boa parte da torcida brasileira?

Vale comprar essa briga?

Só pode usar uma formação ultraofensiva contra uma seleção mais frágil, em uma atmosfera menos hostil, como contra Gana, ou com jogo decidido e um homem a mais? Quem aproveitou bem o cenário favorável no segundo tempo em Paris foi Pedro, como referência e muito bem acompanhado. Bela finalização que fechou o placar em 5 a 1.

Tite está certo ao consolidar o trabalho do ciclo de quatro anos e criar variações, Mas já ficou claro que é possível reunir os maiores talentos sem perder a capacidade de competir. Basta perder o medo de parecer "faceiro" demais para a cultura de futebol que formou o treinador.

O campo grita que Fred titular faz cada vez menos sentido.