Gostemos ou não, Felipão x Abel será o grande duelo da Libertadores

Vítor Roque é fenômeno. Ponto.

O garoto de 17 anos, contratado pelo Athletico ao Cruzeiro, simplesmente decretou, no último lance já nos acréscimos, a primeira derrota do Estudiantes em La Plata nas disputas de mata-mata na Libertadores. Com presença física, personalidade e estrela, além do talento já absurdo para a idade.

Decidiu um confronto equilibrado, com imposição física dos mandantes em seus "caldeirões", muito jogo aéreo - 45 cruzamentos em La Plata, 32 na capital paranaense - e uma polêmica de arbitragem para cada lado: pênalti negado pelo VAR para o Athletico em Curitiba, gol mal anulado do time argentino em casa.

Mauro Méndez teve a bola da classificação pouco antes do gol brasileiro, mas perdeu diante de Bento. Felipão tem boas histórias para contar de Libertadores, todas elas com a sorte ajudando em momentos cruciais. Chega à sua sexta semifinal, batendo o recorde do argentino Carlos Bianchi, por Boca Juniors e Vélez Sarsfield.

Agora vai precisar mais do que nunca, contra um Palmeiras que empilha recordes e invencibilidades e é tão difícil de ser batido quanto a equipe que o treinador veterano comandou e ganhou a primeira Libertadores do Alviverde, lá em 1999.

Deve repetir a toada das quartas. Palmeiras mais fechado na Arena da Baixada e, dependendo da ida, o Athletico mais cauteloso no Allianz Parque. Como foi pelo Brasileiro e conseguiu a vitória por 2 a 0, uma das duas derrotas da equipe paulista na competição e das quatro em 2022.

Gramados sintéticos na ida e na volta, disputas físicas e de estratégias. Dois times fortes mentalmente e que não se entregam em 180 minutos. Não deve ser bonito de ver em termos estéticos, mas é inegável que Felipão x Abel Ferreira será o grande duelo das semifinais da Libertadores. Dois bicampeões com estilos personalíssimos.

Gostemos ou não.

(Estatísticas: SofaScore)