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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Paulo Sousa deve esperar um rival que só aparece no Fla-Flu

Germán Cano comemora o gol que marcou para o Fluminense aos 51 minutos do segundo tempo contra o Botafogo - Mailson Santana / Fluminense
Germán Cano comemora o gol que marcou para o Fluminense aos 51 minutos do segundo tempo contra o Botafogo Imagem: Mailson Santana / Fluminense

Colunista do UOL Esporte

28/03/2022 05h53

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O Fluminense conseguiu um "feito" inesperado na volta da semifinal do Carioca contra o Botafogo: jogar pior do que na derrota por 2 a 0 para o Olimpia em Assunção.

É claro que as ausências dos lesionados Nino, Felipe Melo e Luiz Henrique pesaram no desempenho ruim, mas, ainda assim, a vantagem no confronto era confortável depois de fazer 1 a 0 na ida e os reservas vinham compensando qualquer problema coletivo, ao menos no estadual.

Mas o que se viu foi o domínio do Botafogo, ainda comandado pelo interino Lúcio Flávio, em boa parte dos 90 minutos. Forte pela direita com Luiz Fernando. Daniel Borges e os deslocamentos de Chay no setor. Sempre buscando Erison na frente.

O substituto de Matheus Nascimento, que está a serviço da seleção sub-20, deitou e rolou para cima de Luccas Claro, Manoel e David Braz, ganhando praticamente todas, pelo alto e por baixo, e só não se consagrando além dos dois gols que marcou pela imprecisão alvinegra para sair do impedimento, ora do passador no "timing" da assistência, ora do próprio camisa 19 no momento de acelerar para receber em condição legal.

O Fluminense teve chances de marcar antes do gol salvador de Gérman Cano, aos 51 da segunda etapa. Martinelli e Ganso, um em cada tempo, desperdiçaram cruzamentos com total liberdade. O time de Abel Braga terminou com 60% de posse e 13 finalizações, uma a mais que o rival. Apenas duas no alvo, uma a menos que o Bota.

O desempenho, porém, foi pífio, decepcionante até. Porque o risco maior de baque seria justamente na primeira partida, logo após o revés no Paraguai. O Flu foi mal no Nilton Santos, mas venceu.

No Maracanã passou sufoco, achou um gol no final e se livrou de uma última tentativa do adversário por conta da decisão bizarra da arbitragem de encerrar o jogo sem a cobrança da falta que gerou a expulsão de Fred, ainda em campo no apito final.

Mas que Paulo Sousa e seus comandados não se enganem. Depois de dez dias de preparação, o Flamengo terá que ser muito melhor que o time que superou o Vasco com algum sofrimento na semifinal.

Porque vai encarar um rival que só dá as caras no Fla-Flu. Certamente os lesionados estarão em campo na quarta, dando tudo de si. Fazendo um jogo intenso, físico, com provocações e discutindo cada lance com a arbitragem.

Aceitando a posse do adversário mais qualificado tecnicamente e defendendo a própria meta, com o propósito de seguir vivo no jogo à espera do cansaço físico e mental do Flamengo.

Assim venceu os últimos três clássicos e vai tentar se superar novamente. Desta vez para levar a taça que não conquista desde 2012 e evitar o inédito tetra rubro-negro.

(Estatísticas: SofaScore)