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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Seleção se reencontra de vez no Maracanã e terá mais simpatia em novembro

Vini Jr e Neymar comemoram gol marcado pela seleção brasileira contra o Chile - Lucas Figueiredo/CBF
Vini Jr e Neymar comemoram gol marcado pela seleção brasileira contra o Chile Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Colunista do UOL Esporte

24/03/2022 22h26

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O jogo valia apenas pela volta ao Maracanã, com despedida do Brasil, e também de Tite no comando da seleção. Valia muito para o Chile, óbvio. No último suspiro da geração mais vencedora da história do país.

Mas o clima era de festa, com torcida quente e time ofensivo. Duas linhas de quatro sem bola, um 4-2-4 moderno quando atacava. Paquetá e Neymar por dentro, Antony e Vinicius Júnior nas pontas.

Danilo ficava mais fixo pela direita, próximo de Marquinhos e Thiago Silva. Guilherme Arana atacava por dentro, deixando Vini mais aberto, muitas vezes com a aproximação de Neymar. Para cima de Mauricio Isla.

É claro que o entrosamento não é o ideal e o ataque sem referência precisa de ajustes e automatizações. Mas valeu conferir algumas infiltrações em diagonal dos ponteiros, como nas chances perdidas por Antony e no gol de Vinicius, em jogada iniciada pela direita, passando pela finta de Neymar. Primeiro do atacante do Real Madrid com a camisa verde e amarela.

Ainda falta maior fluência no suporte de Fred ao quarteto ofensivo. E fica a impressão de que Paquetá vai disputar posição com Philippe Coutinho, autor do terceiro gol, o segundo de pênalti depois da falta sofrida e convertida por Neymar no primeiro tempo, que abriu o placar.

Mesmo descontando todas as fragilidades do Chile atual, o desempenho foi animador. Se os resultados quase sempre foram sólidos, o aspecto lúdico do "joga bonito", que tradicionalmente é exigido da seleção, se fez presente, diante de quase setenta mil torcedores. No final, o gol de Richarlison, que substituiu Antony para mostrar que nem grupo, nem time devem estar fechados até o Catar.

4 a 0 e um bonito "até logo" do Brasil. Com 58% de posse, 16 finalizações, dez de dentro da área e oito no alvo. Não foi um massacre, mas os momentos de espetáculo valeram a noite.

A seleção se reencontra de vez, com técnica e habilidade na frente. "Puro suco" de Brasil, com as devidas adaptações ao futebol moderno. Assim terá mais simpatia do torcedor quando novembro chegar. Não garante título, mas, sem dúvida, fica mais bonito.