Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Garotada é trunfo do Botafogo. Para Enderson e Textor

03/02/2022 - Diego Goncalves, do Botafogo, comemora seu gol com Matheus Nascimento durante partida contra o Madureira pelo campeonato Carioca 2022 - Thiago Ribeiro/Thiago Ribeiro/AGIF
03/02/2022 - Diego Goncalves, do Botafogo, comemora seu gol com Matheus Nascimento durante partida contra o Madureira pelo campeonato Carioca 2022 Imagem: Thiago Ribeiro/Thiago Ribeiro/AGIF

Colunista do UOL Esporte

04/02/2022 07h44

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Botafogo assumiu a liderança do Carioca na terceira rodada. Com os mesmos sete pontos e quatro gols de saldo do Flamengo, porém superando os rivais no número de gols marcados (sete a cinco).

A virada por 4 a 2 sobre o Madureira no Estádio Nílton Santos veio com atuação consistente nos 90 minutos, mas vacilos atrás nos gols de Pipico e mais eficiência nas finalizações no segundo tempo.

Diego Gonçalves, autor do gol do título da Série B, empatou a partida e Joel Carli fez o terceiro, que decretou a virada. Mas foram os oriundos da base que iniciaram e fecharam a "remontada".

Kanu tem 24 anos, é zagueiro que o clube luta para manter no elenco, apesar das propostas que surgem de tempos em tempos - a última rejeitada foi de seis milhões de reais por 70% dos direitos econômicos, feita pelo Metalist, da Ucrânia. Marcou o primeiro gol pelos profissionais do Botafogo.

Raí entrou aos 30 minutos do segundo tempo, substituindo Felipe Ferreira, e confirmou as expectativas com o meia de 19 anos, destaque na Copa São Paulo e estreando no time principal.

Ainda teve Matheus Nascimento, joia de 17 anos que ainda não foi às redes pelo profissional, mas se destacou pela persistência e também pelo passe para o gol de Diego Gonçalves.

Jovens que ganham espaço por filosofia, até porque o diretor de futebol, Eduardo Freeland, vem das divisões de base. Mas também necessidade, por conta do orçamento apertado, mesmo com o retorno à Série A. Oportunidades que os garotos não teriam, por exemplo, no Flamengo e no Fluminense, que vêm investindo em contratações de atletas mais rodados.

Enderson Moreira trabalha com paciência, dosando juventude e experiência. Usando Gatito Fernández e Joel Carli como referências, adicionando reforços pontuais em relação à base de 2021 e dando rodagem aos mais jovens. Assim ganha retorno técnico antes de uma possível negociação.

Um pouco menos necessária com o primeiro aporte de 50 milhões de reais do novo investidor, John Textor. A SAF, enfim, veio para equacionar os graves problemas financeiros. Chega para começar a "apagar incêndios", com as dívidas de curto prazo, e o total de 400 milhões não pode ser tratado exatamente como um projeto ambicioso.

Mas pode dar retorno, principalmente com os jovens da base. Trunfos para subir o nível do time principal e gerar receitas futuras com vendas de direitos econômicos. Fazendo a roda girar.

É a luz que surge para o Botafogo depois das trevas de administrações irresponsáveis. Um futuro modesto, de pés no chão, mas que antes não existia.