Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Futebol pode "voltar pra casa", mas de novo sob a sombra do apito amigo

Harry Kane comemora gol da Inglaterra na semifinal contra a Dinamarca pela Eurocopa - DeFodi Images via Getty Images
Harry Kane comemora gol da Inglaterra na semifinal contra a Dinamarca pela Eurocopa Imagem: DeFodi Images via Getty Images

Colunista do UOL Esporte

07/07/2021 19h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A Inglaterra jogou o melhor futebol da Eurocopa a partir das oitavas. Sobrou contra Alemanha e Ucrânia e foi muito melhor que a Dinamarca nos 180 minutos em Wembley.

Terminou com 58% de posse, 88% de passes certos e 21 finalizações contra seis, dez a três no alvo. Com atuação fantástica de Maguire, perfeito nas antecipações e perigoso nas jogadas aéreas ofensivas, e novamente com Sterling sendo o ponta desequilibrante à esquerda. Com Gareth Southgate escolhendo Mount e Saka para completar o quarteto ofensivo do 4-2-3-1. Harry Kane na referência.

A Dinamarca respondeu com o 3-4-3 que foi a base tática desde a saída de Eriksen. Mas desta vez Maehle não foi tão efetivo pela esquerda. O melhor foi Damsgaard, com mobilidade e fantástica cobrança de falta que abriu o placar, primeiro gol sofrido da Inglaterra na fase final do torneio.

O "English Team" foi salvo pelo gol de empate ainda no primeiro tempo, com Kjaer marcando contra, antes de Sterling. Destaque para o trabalho de Kane como "falso nove", recuando e servindo Saka pela direita.

Segundo tempo com a Inglaterra sobrando fisicamente e a Dinamarca lutando para resistir. Dolberg finalizou com perigo e foi só. Southgate trocou Saka por Grealish e guardou as demais trocas para amassar na prorrogação.

Mas a vitória só veio no pênalti que este que escreve não marcaria sobre Sterling. Típico "diving" tão condenado na Premier League. Confirmado, mesmo com VAR. Harry Kane cobrou e conferiu no rebote de Schmeichel.

Em 1966, a lendária final da Copa teve a marca do polêmico gol de Hurst sobre a Alemanha na prorrogação, o terceiro que encaminhou a vitória por 4 a 2 e o único título importante da Inglaterra. Agora, o futebol pode "voltar para casa", mas novamente sob a sombra do apito amigo.

Pode terminar novamente com a conquista, mas a Itália dos 33 jogos de invencibilidade tem condições de frustrar as esperanças inglesas.

(Estatísticas: UEFA)