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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Insossa e irritante, Inglaterra é "zebra" contra quem vier nas oitavas

Inglaterra comemora gol contra a República Tcheca, pela terceira rodada da Eurocopa - Getty Images
Inglaterra comemora gol contra a República Tcheca, pela terceira rodada da Eurocopa Imagem: Getty Images

Colunista do UOL Esporte

22/06/2021 18h02

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A Inglaterra fechou o Grupo D na liderança com sete pontos. Duas vitórias e um empate no clássico britânico, quase sempre duro, contra a Escócia.

Campanha correta, digna. Previsível até, pela superioridade sobre Republica Tcheca, Croácia e Escócia. Geração talentosa, bom treinador.

Só que, na prática, ainda não fluiu o bom futebol na Eurocopa. Nas três partidas, com o roteiro tradicional: início com intensidade máxima, muita mobilidade e ímpeto ofensivo. Para diminuir o ritmo logo depois de fazer um gol. Ou bater o marasmo que é a marca histórica do "English Team" na maioria das competições oficiais. Algo inexplicável.

Duas vitórias por 1 a 0, com gols de Sterling. No trunfo sobre os tchecos, uma variação até interessante, forçada pela ausência de Mason Mount, afastado com Chilwell por suspeita de Covid, e a decisão de Gareth Southgate de sequer deixar Phil Foden no banco.

Saka entrou pela direita e Grealish alternando à esquerda e por dentro com Sterling, que muitas vezes atacou pelo centro, aproveitando o espaço deixado pela movimentação de Harry Kane como "falso nove". No gol, Kane acionou Grealish pela esquerda e o cruzamento achou Sterling atrás de Saka.

Mas foi só isso, mesmo com as entradas de Rashford e Jadon Sancho na segunda etapa. Caiu a posse de 61% no primeiro tempo para 57% e finalizou apenas cinco vezes, contra sete dos tchecos. Só duas no alvo. Decepcionante, mais uma vez. Mesmo não jogando tão mal como contra a Escócia, mas ainda insossa e irritante.

Valeu por garantir o confronto nas oitavas em Londres. O adversário, no entanto, virá do Grupo F. Hoje seria a Alemanha, mas pode ser Portugal ou mesmo França - a Hungria tem chances matemáticas, mas parece improvável.

Duelo sem favoritos, ao menos em tese. Mas é difícil acreditar nos ingleses, mesmo com apoio da torcida em Wembley. Pelo desempenho fraco até aqui, e o histórico de "amareladas" da seleção que deveria ser a com mais sangue nos olhos pela falta de títulos desde 1966, mas sempre falha pela postura blasé. o "English Team" é zebra nas oitavas.

(Estatísticas: UEFA)