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André Rocha

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Richarlison é destaque novamente da seleção, com gol e gesto simbólico

Elenco da seleção brasileira abraça Tite após o primeiro gol contra o Equador - Reprodução
Elenco da seleção brasileira abraça Tite após o primeiro gol contra o Equador Imagem: Reprodução

Colunista do UOL Esporte

04/06/2021 23h56

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A troca de Fred por Gabriel Jesus, por conta do temor do segundo amarelo e consequente expulsão do volante que acrescentou pouco ofensivamente, mudou a seleção brasileira e o jogo no Beira-Rio.

Desmanchou o 3-2-5 para atacar, recuando Alex Sandro como lateral e Lucas Paquetá deixando de ser meia e se posicionando como meio-campista central, mais próximo de Casemiro e atrás de Gabriel Jesus e Richarlison nas pontas, além de Neymar e Gabigol por dentro. Um 4-4-2 ou 4-2-4, mais simples e direto.

Com a circulação da bola mais rápida e transições mais velozes, os espaços começaram a aparecer entre as duas linhas de quatro do Equador. Ao contrário do primeiro tempo, com Neymar recuando muito para receber e prender demais a bola por dentro. Paquetá como meia, depois aberto pela direita, recebia de costas e dava sequência às jogadas, porém com passes laterais.

No único ataque com fluência, Danilo passou e Gabigol marcou, mas estava impedido. O artilheiro do Flamengo ainda desperdiçou mais três oportunidades na segunda etapa. Nenhuma novidade para quem acompanha os jogos do bicampeão brasileiro. A diferença é que o time cria muito mais para seu principal atacante, natural pelo entrosamento.

Coube a Richarlison, mais uma vez, descomplicar a partida com um gol. Recebendo de Neymar e finalizando sem tanta força, mas o goleiro Domínguez aceitou. Na comemoração, o abraço simbólico em Tite, deixando claro de que lado está o grupo em toda a turbulência na CBF e sobre a Copa América. Tinha que ser o camisa sete, o jogador que mais se posiciona na seleção.

Com espaços, serenidade e confiança, o segundo gol poderia ter saído bem antes do pênalti convertido por Neymar na segunda cobrança, depois de Dominguez se adiantar e defender a primeira. Foram 16 finalizações, 12 no segundo tempo. Com 65% de posse e 86% de efetividade nos passes. Permitindo apenas três conclusões, nenhuma na direção da meta de Alisson.

Foram oito mudanças em relação à última partida, disputada em novembro. Natural a dificuldade, mas, ainda assim, a atuação foi segura. Considerando o contexto dos bastidores, o desempenho pode até ser considerado bom. Ao menos nos pouco mais de 30 minutos com Jesus em campo.

Agora é esperar que até terça, depois do jogo contra o Paraguai em Assunção, a convicção de jogadores e comissão não mude por influências externas. Que seja firme, como Richarlison em campo e na celebração do gol que abriu o caminho para a seleção seguir 100% e líder absoluta das Eliminatórias.

(Estatísticas: SofaScore)