Quem precisa de mais um "dream team" e do campeão brasileiro da semana?
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A revista "France Football" divulgou uma seleção com os 11 melhores de todos os tempos. "Dream team" eleito por um júri de 140 jornalistas ao redor do mundo. Iniciativa para substituir a "Bola de Ouro", cancelada por conta da pandemia.
Yashin; Cafu, Beckenbauer e Maldini; Xavi, Matthaus, Pelé e Maradona; Messi, Ronaldo Fenômeno e Cristiano Ronaldo.
Alguém vai discutir um goleiro dos anos 1950/60, sendo que nos últimos trinta anos a posição evoluiu absurdamente. Outros vão questionar Cafu, Xavi, Matthaus, até Ronaldo. Os mais veteranos certamente se perguntarão se essa lista não tem o único propósito de incluir Messi e Cristiano Ronaldo no grupo seleto de forma mais "oficial", em uma publicação tradicional.
Mas objetivamente qualquer lista é...uma lista. Escolhas subjetivas baseadas em preferências, memórias afetivas, preconceitos, geografia. E as contestações sobre essa mesma lista também serão na mesma linha. No fundo, a divulgada pela revista francesa tem a mesma relevância que a de qualquer um, inclusive as que este que escreve fazia nos cadernos escolares e publicou algumas neste espaço no início da pandemia.
Não vai mudar a história de Puskas, Garrincha, Cruyff, Romário, Ronaldinho Gaúcho, Zidane, Iniesta e outros. Até porque daqui a um tempo aparecerão outras os incluindo, ou não. Tanto faz, quem se importa de fato? Todos seguirão com seus ídolos e preferidos.
Assim como vai perdendo relevância e credibilidade a ansiedade de apontar toda semana, desde agosto, o campeão brasileiro que só será conhecido em fevereiro. Já foi o Flamengo, passou por Atlético Mineiro e Internacional, teve a esperança de uma arrancada do Palmeiras, chegou ao São Paulo e agora, por conta de uma derrota do Tricolor do Morumbi para o rival Corinthians em Itaquera, voltou a ser o Flamengo.
Por conta da dedicação exclusiva ao Brasileiro que foi o argumento para apontar o Galo de Sampaoli meses atrás. Um eterno jornalismo "mãe Dinah" que cansa e não leva a lugar algum. Se a cada semana a previsão muda, algum chute será certeiro. Muita gente se deixa seduzir pela ânsia de quem acha que analista bom é o que acerta palpites, prevê o futuro. O velho pensamento mágico de acreditar em adivinhos.
Conquistar o título de pontos corridos é um processo que pode ser muito ou pouco instável. Um time pode ganhar quase de ponta a ponta, como o Palmeiras de 2016. Arrancar no final e atropelar todo mundo, como o Flamengo em 2009 ou ter um começo quase perfeito e depois administrar, como o Corinthians em 2011 e 2017. Ninguém tem bola de cristal.
Eu imagino que muitos, ao final deste texto, vão perguntar: "Tá, mas qual é a seleção de todos os tempos e o favorito ao título brasileiro para esse jornalista?" Não importa. Talvez haja uma hoje, outra daqui a três dias. Quem sabe o que vai acontecer no confronto direto São Paulo x Atlético Mineiro na quarta? Um empate ajuda muito o Flamengo, em tese. Mas e se domingo o time de Rogério Ceni se enrolar no Maracanã com a provável retranca do Bahia de Mano Menezes?
Vamos passar esse "cetro" de futuro campeão brasileiro até quando? Já está ridículo e este que escreve se inclui na crítica, já que na quarta que passou se deixou seduzir por esse apelo constante e cravou no Twitter o São Paulo com uma mão e meia na taça, a menos que se envolva demais na reta final da Copa do Brasil. Um erro grosseiro faltando pouco menos de um turno inteiro. Mea culpa.
Contundência e assertividade são importantes para quem trabalha com análise e opinião, mas no final ninguém tem o poder de predizer o futuro. Nem medir os feitos de craques do passado em comparação com os atuais. No fundo, a gente se acha demais.
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