Topo

André Rocha

Corinthians vence com fibra que se esperava do Inter na defesa da liderança

Matheus Davó abriu o placar para o Corinthians contra o Inter - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Matheus Davó abriu o placar para o Corinthians contra o Inter Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Colunista do UOL Esporte

31/10/2020 21h24

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Internacional deu a saída na Neo Química Arena e organizou uma jogada nitidamente treinada até o cruzamento da esquerda e a preparação para a finalização de Edenilson. Não foi na direção da meta de Cássio, mas parecia a senha de um Internacional com intensidade máxima, semelhante à do primeiro tempo do empate por 2 a 2 contra o Flamengo. Para não deixar a liderança do Brasileiro escapar na última rodada do turno.

Até por ter poupado titulares na Copa do Brasil, em um jogo fora de casa contra o Atlético-GO. Vitória por 2 a 1 que avalizou a estratégia e parecia aumentar ainda mais a moral da equipe de Eduardo Coudet.

Mas havia um Corinthians abalado pela derrota para o América na Copa do Brasil, mas disposto a deixar tudo em campo. Entrega absoluta na execução do 4-1-3-2 de Vagner Mancini, mesmo desenho tático do adversário, porém dentro de uma proposta reativa. Sem arriscar muito na construção desde a defesa para minimizar os erros, nada preocupado em duelar pela posse de bola e apostando em uma transição ofensiva rápida, já que não contava com uma referência como o lesionado Jô para reter a bola.

A surpresa na escalação foi Matheus Davó ao lado de Cazares no ataque. E o contragolpe esperado veio com o meia equatoriano dando um chapéu em Victor Cuesta, que foi na cobertura como uma carreta desgovernada, ou um zagueiro sub-15. Assistência de Cazares, gol de Davó.

Para aumentar ainda mais a concentração defensiva do Corinthians e abalar a confiança do Inter, que perdeu intensidade e não conseguia encaixar a marcação para recuperar a bola. Ainda assim, teve 65% de posse, mas apenas sete finalizações. Nenhuma no alvo.

Muito pela solidez corintiana, com Ramiro e Otero apoiando os laterais veteranos Fagner e Fabio Santos e dificultando o jogo de inversões de bola do adversário para pegar Heitor, Marcos Guilherme e Edenilson pela direita e Uendel, Patrick e Thiago Galhardo ou Abél Hernández pela esquerda. Por dentro, Xavier e Ederson se garantiam nas disputas físicas na proteção por dentro.

O Inter travou e Galhardo errou praticamente tudo que tentou, até a tola expulsão no final do jogo. Coudet arriscou tudo em um duelo ataque x defesa, mas abrir mão dos laterais confiando em Edenilson e Patrick pelos flancos não foi uma ideia bem-sucedida. E D'Alessandro apenas tentou bolas longas, tirando qualquer chance de circular a bola com velocidade para abrir espaços.

O Corinthians roubava e saía rápido. Finalizou oito vezes, três no alvo e desperdiçou alguns contra-ataques. Inclusive Luan, que entrou no lugar de Cazares e marcou um gol anulado e perdeu livre no final. Impressionante como, mesmo descansado, o craque da Libertadores 2017 pelo Grêmio perde a maioria dos duelos físicos e contribui pouco tecnicamente.

Ainda assim, foi o suficiente para vencer o líder e comemorar o triunfo em casa como se fosse um título. Compreensível pela realidade corintiana. Aliás, um dos méritos de Mancini é a compreensão do contexto do time em um cenário de crise e instabilidade política: a missão é se garantir na Série A.

Já o Internacional encerra uma série invicta de sete partidas e terá que se reerguer de um revés simbólico na hora de demonstrar força para brigar de fato pelo título. Em Itaquera, a fome de outros momentos não apareceu.Ou estava do outro lado. Agora resta torcer contra Flamengo, São Paulo e Atlético Mineiro.

(Estatísticas: SofaScore)