Versão "toque de bola" do Fla lembra time de 1981, menos na displicência
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O Flamengo de Domènec Torrent é mutante. Foi reativo na Vila Belmiro, agressivo em Salvador e no Maracanã contra o Fortaleza. Mas no Fla-Flu a ideia do treinador catalão foi tratar bem a bola, de pé em pé.
E o time que venceu o clássico apresentou sua versão "toque de bola". Com Thiago Maia e Gerson mais recuados, Everton Ribeiro, Diego Ribas e De Arrascaeta na linha de meias no 4-2-3-1 com Gabigol na frente para atacar profundidade.
Mas não só ele, também Maurício Isla pela direita buscando o fundo. Ou cruzando para Arrascaeta cabecear e, no rebote de Muriel, Filipe Luís abrir o placar contra um Fluminense tonto e correndo atrás do adversário.
Lembrando no estilo, sem comparações entre jogadores e épocas diferentes, o time rubro-negro de 1981. O lendário esquadrão de Leandro, Júnior, Andrade, Adilio, Zico, Tita, Lico e Nunes. Também cinco meio-campistas de qualidade, mais dois laterais ofensivos e um centroavante buscando os flancos para infiltrar em diagonal. Mas foi no rebote da bola parada que Gabigol marcou seu quinto gol no Brasileiro e 16º na temporada.
Em um primeiro tempo de controle absoluto pela posse de bola, mas também aproveitando um Fluminense confuso sem Evanilson, negociado ao Porto. Recuando Fernando Pacheco e Wellington Silva pelas pontas e isolando Nenê como "falso nove" num 4-1-4-1. Nem sinal do time rápido nas transições ofensivas das finais do Carioca. Com muitas inversões e atacando a última linha defensiva da equipe comandada por Jorge Jesus.
O time de Odair Hellmann foi caindo no ânimo e na intensidade, se sentindo impotente para competir. Aí entrou em campo um defeito rubro-negro que não se via no auge do time de Zico há quase quatro décadas: a displicência. Começou ainda no primeiro tempo com Everton Ribeiro tentando uma firula a mais à frente de Muriel ao receber de Thiago Maia, o melhor em campo, assim como na vitória sobre o Santos.
Segundo tempo de linhas mais recuadas e contragolpes desperdiçados. Menos posse, terminando com 53%, e finalizações - 13 a 18, porém seis no alvo contra apenas três. O Fluminense tentou atacar com Fred na referência, mais Marcos Paulo, Luiz Henrique, Yago Felipe e Caio Paulista. Quem mais tentou, porém, foi Michel Araújo, mesmo sem acertar a direção da meta de Gabriel Batista.
Nos acréscimos, Digão diminuiu o placar que não refletiu a diferença entre os rivais em campo, no duelo mais desigual dos seis na temporada. Poderia ter fugido do padrão de vantagem mínima, mas puniu o relaxamento de um time que vai se acertando mesmo com instabilidades e nenhuma certeza, principalmente nas escalações.
O rodízio deve seguir contra o Ceará em Fortaleza. Talvez com César e Bruno Henrique de volta e outros jogadores descansando. Pela lógica de Domènec, serão novamente quatro dias entre as partidas, então pode preservar 80% da formação anterior. A demanda, porém, pode criar novas necessidades e uma escalação diferente. Como será? Este que escreve não sabe, nem Guto Ferreira imagina. Este tem sido um trunfo na nova fase do campeão brasileiro e sul-americano.
No Fla-Flu adicionou um quê de nostalgia. Mas em 1981 a chance do clássico terminar com goleada seria enorme. Agora sobrou um toque a mais que nem o (ainda) péssimo gramado do Maracanã justifica.
(Estatísticas: SofaScore)
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