Alicia Klein

Alicia Klein

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Corinthians cobiçado e devedor: nada derruba um time grande?

Entrando no terceiro mês de uma gestão caótica, o "novo" Corinthians se vê em uma situação que seria absurda, não fosse brasileira.

De um lado, é popular e cobiçado. Ao optar por ouvir ofertas por seus direitos de TV fora da Libra, tornou-se a futura joia da coroa. Conforme detalhou o colega Rodrigo Mattos, além de Libra/Globo, recebeu proposta de investidores da Liga Forte Futebol (agora retirada) e da Brax. Todos colocando na mesa valores de 200 milhões para cima.

Do outro, é o grande devedor da praça. Alguns jogadores não recebiam direitos de imagem havia quase um ano. Ontem, a maior parte dessa dívida foi quitada, quase 18 milhões. Hoje, o clube deve pagar as pendências de 2024. Ainda faltam cerca de 63 milhões, devidos aos atletas que já deixaram o Timão.

Ao fazer uma pesquisa na internet, um desavisado pode acabar lendo uma notícia de 2023, com praticamente a mesma manchete, na mesma época do ano. Não é de hoje que o Corinthians não paga suas contas. Não paga suas pessoas. Não paga seus impostos.

E segue operando "normalmente". Segue, inclusive, fechando alguns dos maiores contratos de patrocínio da história, recompensado por sua grandeza.

Uma grandeza reconhecida, obviamente, pela mídia. Ninguém quer ficar sem as partidas do time com a segunda maior torcida do Brasil. O que me faz pensar: é impossível destruir o valor de mercado dos maiores clubes? Não importa a gestão, se paga salário, se ganha título, se troca de treinador como eu troco óculos, se quita sua dívida com o Estado?

Fiquei pensando na mensagem que isso deixa sobre consequências. Mas talvez seja uma boa notícia. Talvez seja a confirmação de que um grupo de pessoas não pode derrubar uma instituição centenária. Mesmo as mais incompetentes.

Siga Alicia Klein no Instagram e no Twitter

Leia todas as colunas da Alicia aqui

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes