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Russo volta ao ringue para colocar família Klitschko no topo do boxe

Do UOL Esporte<br/> Em São Paulo (SP)

10/10/2008 08h01

Vitali Klitschko reinou nos pesos pesados por pouco tempo. Conquistou seu primeiro título mundial em 1999 e repetiu o feito mais tarde, em 2004. Mas, com 35 anos, resolveu pendurar as luvas. Enquanto tirou um descanso, foi outro Klitschko que brilhou entre os pesos pesados, seu irmão mais novo, Wladimir. Mas Vitali resolveu retornar e, neste sábado, em Berlim (ALE), tentará um feito: ter a primeira dupla de irmãos no topo do boxe, simultaneamente.

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Em treino aberto ao público, Vitali tenta provar que conserva sua potência no boxe
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Samuel Peter, que já perdeu para o irmão Wladimir, criticou a escolha da sede da luta
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Ambos os "Klitschkos", ucranianos naturalizados, já ostentaram cinturões mundiais, mas nunca simultaneamente. Aos 37 anos, é a chance de Vitali conseguir a marca. Para isso, ele volta ao ringue já contra um campeão. Do outro lado do ringue estará Samuel Peter, nigeriano que defenderá pela primeira vez o título do Conselho Mundial de Boxe.

Para ter a hegemonia da família, ele conta com as conquistas de Wladimir, que aos 32 anos é o melhor da Organização Mundial e da Federação Internacional de Boxe, e tem luta marcada para 13 de dezembro, contra Alexander Povetkin. Com isso, faltaria apenas um dos cinturões das quatro entidades mais respeitadas, o da Associação Mundial de Boxe, hoje em poder do "Gigante Russo" Nikolay Valuev.

Além de voltar a lutar após um hiato de quase quatro anos, Vitali tem um grande desafio com Samuel Peter pela frente. Se o russo foi o maior nocauteador entre os campeões pesados, com 34 adversários derrubados em 35 vitórias, Peter vem de boa vitória contra o então campeão Oleg Maskaev, por nocaute.

LUTADORES "DIFERENCIADOS"
A dupla de irmãos Vitali e Wladimir é diferente do que se costuma encontrar no boxe. Os ucranianos mostram agressividade no ringue, mas, fora dele, possuem título de PhD em Ciências do Esporte, falam várias línguas e são patrocinados até por marca de perfume. Tanto Vitali quanto Wladimir escolheram mudar para a Alemanha, onde vivem hoje, e sempre lutam por manter uma imagem carismática fora dos ringues, longe da imagem durona do esporte.
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Mas o medo de Peter pode ser maior, afinal, sua única derrota na carreira foi justamente pelo outro Klitschko, em 2005 e por pontos. Além disso, o nigeriano não escondeu a frustração de lutar na Alemanha, palco de grande parte dos combates de pugilistas do Leste Europeu. "Eu não queria lutar na Alemanha, mas a produtora do evento colocou grande parte do dinheiro e por isso estamos aqui. Não vou fazer confusão com isso."

Já Klitschko alfinetou seus críticos, afirmando estar em boa forma para voltar ao topo. "Eu sei que muitas pessoas pensaram que eu teria alguma contusão durante meus treinos. Não. Estou saudável e pronto para lutar", garantiu.

O russo não deixou de citar o irmão. "Este tem sido o meu sonho, meu e de meu irmão. Queremos ter, ao mesmo tempo, os títulos dos pesos pesados", disse Vitali, ao site ESPN.com. "Este é um momento que queremos dividir."