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IAAF aumenta rigor no controle de testosterona para provas no feminino

Federação pede controle hormonal para atletas com distúrbio, caso da campeã Caster Semenya (de verde)  - LUCY NICHOLSON/REUTERS
Federação pede controle hormonal para atletas com distúrbio, caso da campeã Caster Semenya (de verde) Imagem: LUCY NICHOLSON/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

26/04/2018 09h29

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) anunciou mudanças nas regras de controle de testosterona em mulheres para provas longas.

A alteração mira atletas com Distúrbio de Desenvolvimento Sexual (DDS), como a tricampeã mundial e medalha de ouro na Olimpíada do Rio, Caster Semenya, que passou a ser tratada como intersexual, nome dado ao indivíduo que possui variações genéticas que não permitem identificá-lo como totalmente feminino ou masculino.  

O novo regulamento exige que, para entrar em competições oficiais de longa distância (veja as competições no rodapé do texto), qualquer atleta que tenha o Distúrbio de Desenvolvimento Sexual (DSD) terá de reduzir a taxa de testosterona.

"As pesquisas mais recentes que realizamos e os dados que compilamos mostram que há uma vantagem de desempenho em atletas do sexo feminino com DDS sobre as distâncias de pista cobertas por esta regra", informou o médico Stephane Bermon, do Departamento de Medicina e Ciências da IAAF.

"O tratamento para reduzir os níveis de testosterona é um suplemento hormonal semelhante à pílula anticoncepcional tomada por milhões de mulheres em todo o mundo. Nenhum atleta será forçado a se submeter à cirurgia. É responsabilidade do atleta, em estreita colaboração com sua equipe médica, decidir sobre seu tratamento".

 Para competir e ter marcas oficializadas, serão necessários atender os seguintes requisitos:

- ela deve ser reconhecida legalmente como feminina ou intersexual (ou equivalente);

- ela deve reduzir seu nível de testosterona no sangue para menos de cinco (5) nmol / L por um período contínuo de pelo menos seis meses (por exemplo, pelo uso de contraceptivos hormonais);

- depois disso, ela deve manter seu nível de testosterona abaixo de cinco (5) nmol / l continuamente (isto é: se ela está competindo ou fora de competição) por tanto tempo quanto desejar permanecer elegível.

O novo regulamento entrará em vigor no dia 1 de novembro e é válido para as modalidades a partir de 400 m a 1 milha (1609m), incluindo 400m, 800m, 1500m.