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Mundial faz Fabiana Murer tomar de Maurren o posto de protagonista do atletismo

Fabiana Murer comemora ao acertar uma tentativa na final do salto com vara em Daegu - Emilio Naranjo/EFE
Fabiana Murer comemora ao acertar uma tentativa na final do salto com vara em Daegu Imagem: Emilio Naranjo/EFE

Do UOL Esporte

Em São Paulo

31/08/2011 09h23

Fabiana Murer conquistou, na última terça-feira, o primeiro título mundial outdoor da história do atletismo brasileiro. As conquistas recentes, somadas à coroação em Daegu, fazem com que a saltadora assuma de vez o protagonismo na modalidade, superando a medalhista olímpica Maurren Maggi, que ainda não repetiu suas melhores atuações.

A comparação no Mundial realizado na Coreia do Sul mostra bem os momentos distintos vividos pelas duas estrelas. Fabiana Murer bateu suas principais rivais e levou a medalha de ouro, enquanto Maurren Maggi queimou dois saltos na final e terminou na modesta 11ª colocação.

Os outros brasileiros em Daegu também não conseguiram se destacar até agora. Ana Cláudia Lemos, esperança nas provas de velocidade, foi só semifinalista nos 100m, assim como Rosângela Santos. Keila Costa teve de suar muito para ir à final do salto triplo e Mahau Suguimati também parou na semi dos 400m com barreiras.

O resultado mais comemorado foi o de Fábio Gomes da Silva, que levou o Brasil para a final do salto com vara e conseguiu o oitavo lugar, melhor posição desde 1983. Até o fim da competição, a mesma Ana Cláudia Lemos é esperança nos 200m, assim como Bruno Lins nos 200m e os revezamentos, todos sem grande expectativa de medalha.

Diante deste cenário, Fabiana deve confirmar o status de destaque que já vem ganhando nos últimos anos. Desde Pequim, em 2008, quando a perda de algumas varas atrapalhou sua performance na final olímpica, ela só cresceu. Sua melhor marca foi de 4,80m para o 4,85 m que lhe rendeu o título mundial na última terça.

Além disso, ela também conseguiu conquistas consideráveis. Em 2010, venceu o mundial indoor em Doha, no Qatar, e a Liga de Diamante, no fim do ano. “Continuo tendo investimentos no meu trabalho, por parte da CBAt e da BM&FBovespa, isso me dá chance de continuar com meus treinamentos com o Elson [Miranda], com as clínicas do Vitaly [Petrov], além das competições internacionais. Assim, não só eu pude crescer, mas também o salto com vara no Brasil, no geral, pôde evoluir”, disse Murer.

Maurren, em contrapartida, vem sofrendo com problemas diversos desde o seu ouro olímpico. A saltadora viu o grupo Rede, com o qual trabalhava em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, ser desmantelado após um escândalo de doping.

Depois de fechar com o São Paulo, seu clube de coração, Maurren passou a sofrer com lesões. Em 2010, por exemplo, todo o seu ano foi comprometido. Um problema no joelho afetou seu primeiro semestre. Em seu retorno, em julho, ela sentiu uma fisgada na coxa. Quando tentou competir de novo em setembro, o quadril passou a incomodá-la.

Além disso Maurren Maggi nunca repetiu a sua marca dourada. Após fazer 7,04m em Pequim, em 2008, ela só alcançou 6,90m em 2009, 6,45m em 2010 e 6,89m em 2011.