Temos sido lentos para enfrentar a crise climática, avalia diretora do FMI
A diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, destacou na última quarta-feira (28) a necessidade de criação de instrumentos adequados para financiar a transição climática, dada a falta de recursos destinados atualmente a este objetivo.
Ao falar sobre inovação financeira para clima em evento promovido pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em paralelo à reunião ministerial do G20 em São Paulo, Georgieva avaliou que o mundo tem avançado devagar nas ações contra a crise climática. Hoje, os investimentos somados dos países permitem uma redução de apenas 11% nas emissões de carbono, quando o objetivo é cortá-las entre 25% e 50%.
Conforme a representante do FMI, ações de mitigação do aquecimento global e transição climática devem ser tratadas pelos países como prioritárias, uma vez que choques das adversidades no clima prejudicam negócios e as economias. O problema, emendou, é que os recursos necessários nessa frente são da ordem de US$ 2 trilhões por ano, ou US$ 3 trilhões, a depender da conta. "Ainda não temos este valor", disse Georgieva.
Para chegar lá, a diretora do FMI pontuou que o primeiro ponto a ser considerado é que os países ainda investem em iniciativas que geram problemas. Georgieva também associou a agenda climática à saúde fiscal dos países, uma vez que os investimentos públicos dependem da capacidade dos governos de arrecadar e da qualidade dos gastos.
Ao concluir sua fala, a diretora do FMI disse que a mobilização de recursos é difícil, mas não impossível. Nesse momento, ela lembrou uma fala de Pelé, rei do futebol, que faleceu em dezembro de 2022. "Pelé disse: 'quanto mais difícil for a vitória, maior será a felicidade de vencer. Então, vamos vencer nessa mobilização", concluiu.
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