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Sapo que espirra veneno pelas costas e répteis raros são encontrados em GO

De Ecoa, em São Paulo (SP)

01/02/2023 06h00

Cientistas encontraram espécies raras ou endêmicas de répteis e anfíbios em uma reserva na Serra do Tombador em Cavalcante, Goiás.

São sapos, cobras e anfíbios com habilidades peculiares, como lançar veneno à distância ou "usar um disfarce".

O que foi encontrado?

A descoberta do sapo Rhaebo guttatus, surpreendeu pesquisadores. A espécie é da Amazônia e "viajou" até Goiás pelo rio Tocantins.

Para se defender, ela usa uma glândula nas costas para lançar um veneno amarelado contra predadores.

Rhaebo guttatu, sapo que expele veneno amarelado por glândulas nas costas, bem próximo aos olhos. Pesquisas indicam que ele consegue direcionar o jato venenoso contra predadores - Pedro Paulo Souza/@pepasauru/Divugação - Pedro Paulo Souza/@pepasauru/Divugação
Rhaebo guttatus, sapo que expele veneno amarelado por glândulas nas costas, bem próximo aos olhos. Pesquisas indicam que ele consegue direcionar o jato venenoso contra predadores
Imagem: Pedro Paulo Souza/@pepasauru/Divugação

Já a Apostolepis sanctaeritae é uma cobra listrada, conhecida como cobra-coral-falsa, que se protege por meio das cores parecidas com a da venenosa cobra-coral-verdadeira. No Brasil, existem apenas dez falsas corais em cativeiro, diz o estudo.

40 répteis foram encontrados e 36 são raros ou endêmicos. A expedição durou 40 dias e também achou 755 anfíbios, divididos em 34 espécies. O resultado foi publicado em uma revista da USP e coordenada pelo biólogo Reuber Brandão, integrante da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), responsável pela expedição.

A falsa-cobra-coral (Apostolepis sanctaeritae) usa cores muitos semelhantes da coral venenosa para se proteger na natureza - Pedro Paulo Souza/@pepasaurus/Divulgação - Pedro Paulo Souza/@pepasaurus/Divulgação
A falsa-cobra-coral (Apostolepis sanctaeritae) usa cores muitos semelhantes da coral venenosa para se proteger na natureza
Imagem: Pedro Paulo Souza/@pepasaurus/Divulgação

Por que é importante?

O trabalho mostra a necessidade de cuidar e ampliar reservas ambientais no país.

"Os resultados mostram que áreas protegidas conseguem cumprir sua missão de conservar uma fauna tão importante e rara", diz o biólogo André Zecchin, coordenador da reserva.

A área pesquisada pertence à Fundação Boticário de Proteção à Natureza, do Grupo Boticário, desde 2007.

Em 2009, foi transformada em uma reserva particular pública. Ou seja, uma área privada que deve ser mantida assim para sempre.