SP inaugura escola que oferecerá comida e cursos para população de rua
Unindo o combate à fome e a criação de oportunidades de emprego, a Prefeitura da Cidade de São Paulo inaugurou na manhã da última quinta-feira (10) a primeira Escola Cozinha Solidária na região central da capital paulista. Além de distribuir mais de 700 marmitas por dia para a população em situação de rua, a escola oferecerá cursos gratuitos e profissionalizantes.
A iniciativa é pioneira no país e contará com formações no setor de cozinha, culinária e direitos humanos. A emenda que viabilizou a Escola foi uma iniciativa da ONG Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo que, junto com a organização Bibli Aspa, coordenará o local com o Poder Executivo.
Em sua página oficial no Instagram, a ONG escreveu que "o objetivo do projeto é formar cidadãos para inseri-los no mercado de trabalho, possibilitando que saiam da situação de rua". Segundo o último censo feito pela prefeitura da cidade, eram 31.884 pessoas vivendo nas ruas da capital paulista até o final de 2021 — um aumento de 31% em relação ao censo anterior.
Movimento social e poder público unindo forças
Estiveram na inauguração da Escola Cozinha Solidária, localizada na Rua Baronesa de Itu, 639, no bairro da Santa Cecília, o prefeito da cidade Ricardo Nunes (MDB), a vereadora mais votada de São Paulo Erika Hilton (PSOL) e o vereador George Hato (MDB).
"A inauguração foi muito legal. Fiquei muito feliz por ver uma estrutura tão boa para atender os moradores de rua", comentou à reportagem o vereador George Hato. "A inauguração foi incrível, foi muito bom ver isso saindo do papel e ver a prefeitura demonstrando interesse e apoio. E o que fica disso é a lição de uma construção de um programa de autonomia e de emancipação e perspectiva de futuro para essas pessoas", disse Erika Hilton a Ecoa.
A vereadora afirmou que foi a única parlamentar da cidade a receber Robson Mendonça, o presidente do Movimento Estadual Pop Rua, e que conseguiu marcar para ele uma reunião com o prefeito Ricardo Nunes. Em setembro de 2021, 'seu' Robson, como é chamado, se acorrentou em frente à Câmara Municipal em protesto contra o fim de programas destinados à população em situação de rua durante a pandemia.
"Eu não conhecia o Robson pessoalmente, eu o conheci lá na inauguração, mas já conhecia o trabalho da ONG. A causa é muito importante. O gabinete, de emenda parlamentar, enviou um milhão de reais para a Escola", conta George Hato. "Sou médico e trabalho com prevenção e saúde e quando chegou para a gente essa demanda envolvendo a distribuição de comida, eu abracei na hora porque comida é o melhor remédio que tem", finaliza.
É gigantesca a importância de se ter esse lugar, ainda mais no centro de São Paulo, a começar pela quantidade de pessoas em situação de rua nesta região. Para além disso, essa iniciativa tem um caráter de política pública destinada a um setor precarizado da sociedade, que trará mais dignidade a essas pessoas e mostrará aos outros moradores da cidade que a população em situação de rua também merece política pública, direitos e oportunidades. Porque quando há isso tudo nós conseguimos diminuir o número de pessoas nessa situação.
Erika Hilton (PSOL), vereadora mais votada da cidade de São Paulo
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