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Instalação de arte na Sé discute uso dos espaços coletivos em São Paulo

Instalação "Objeto Horizonte", do Coletivo Foi à Feira, ocupa o vão central do metrô Sé - Divulgação
Instalação 'Objeto Horizonte', do Coletivo Foi à Feira, ocupa o vão central do metrô Sé Imagem: Divulgação

Lígia Nogueira

Colaboração para Ecoa, em São Paulo

27/08/2021 06h00

A pandemia tornou ainda mais urgente a discussão sobre o uso dos espaços coletivos nas metrópoles. Em São Paulo, a instalação "Objeto Horizonte" ocupa o vão central da estação Sé do Metrô a partir de hoje convidando as mais de 300 mil pessoas que circulam pelo local diariamente a deixar mensagens sobre o que desejam para a cidade do futuro.

A obra, uma esfera reflexiva por dentro e transparente por fora, foi pensada para ser exposta em um momento de pandemia. "É um trabalho que já tem em sua interação ferramentas e displays próprios para este momento, como um sensor de presença", conta Luís Filipe Pôrto, integrante do Coletivo Foi à Feira, autor da instalação.

Os áudios são enviados a um receptor que transforma as vozes, a partir de um sistema operacional, em inserções aleatórias de sons. O resultado, segundo os autores, é como escutar uma viagem no tempo.

O trabalho se propõe a recolher e a documentar a diversidade dos territórios nesse momento de São Paulo e fazer um repositório de desejos para a cidade do futuro.

Luís Filipe Pôrto, integrante do Coletivo Foi à Feira

"Objeto Horizonte" foi apresentada pela primeira vez na 10ª Mostra 3M de Arte, com curadoria de Camila Bechelany, no final de 2020, no Parque do Ibirapuera. "Naquele momento colhemos mais de 2 mil depoimentos e acreditamos que esse número vai aumentar muito na Sé. Para a gente, é muito importante essa mudança. Estar em um outro território, num outro contexto, com um outro perfil de público", afirma.

A instalação sonora "O que ouve", da artista Lenora de Barros, chega à estação Alto do Ipiranga no dia 1º de setembro e, em outubro, a mostra migra para o Parque Portugal, em Campinas (SP).