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Mari Rodrigues

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Dias de luta, dias de glória

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Imagem: iStock

07/05/2022 06h00

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Com essa frase que ouvi numa canção muito conhecida dos jovens de hoje, começo a refletir sobre as coisas que nos minguam, mas também sobre as coisas que nos dão impulso.

Ligar o noticiário é cada vez mais difícil. Tanta coisa ruim acontecendo, na política, na economia, no mundo, guerras, inflação, desaparecimento de indígenas... Isso vai minguando a gente e, somando-se às agruras da vida, sentir empolgação para fazer as coisas é muito complicado.

Mas a vida, ao mesmo tempo que nos desespera, nos traz esperança. Alguns eventos muito interessantes ocorridos nesta semana após uma infecção pela covid, que inclusive me fez não escrever na semana passada, trouxeram aquele quente no coração e aquele impulso para fazer coisas boas.

Outro dia, um colega leitor assíduo da coluna me disse que os meus textos de uns tempos para cá estão ficando mais positivos e menos críticos. Esse feedback me tocou. Será que estou perdendo a minha capacidade de me indignar com o mundo que desaba? Ou talvez esteja preferindo pensar por um lado mais propositivo das coisas? Será que prefiro pensar em como chegar às notícias boas trazendo uma positividade às vezes ingênua?

Pego a história de uma outra colega que foi atacada por um doido quase na porta de casa; na hora, eu e um outro colega pensamos que ela deveria tentar se mudar daquele lugar, se pudesse, o que felizmente é possível. Esses ataques simbólicos mostram que a gente precisa evoluir muito, e só a reflexão (e sanções mais enérgicas contra os preconceituosos) pode nos tirar dessa realidade de medo. O medo se dissipa com a luz. Daí a importância de trazer coisas boas para o nosso dia a dia.

Porque, às vezes, o que precisamos é disso: de uma notícia boa. Não nos tiraram ainda o direito de sonhar, ainda que isso pareça muito subversivo atualmente, quando não há espaço para os sonhos. Assim como não nos tiraram o direito de nos auto-organizar para enfrentar as agruras da vida e a incompetência. E o direito de amar ainda existe, mesmo que tentem restringir quem merece amar, por decretos ou por barreiras, visíveis e invisíveis.

Sigamos sonhando, amando e nos auto-organizando. Sigamos levando luz onde só há trevas. Depois da luta, precisa vir a glória.

P.S.: Amanhã é o Dia das Mães. Para quem tem uma mãe bacana e compreensiva (felizmente a minha é assim), aproveitem bastante essa possibilidade de convivência, mesmo que à distância!

P.S. 2: Continuem se protegendo contra a covid! Tive sintomas apenas leves, certamente porque a vacina funciona (já tomaram todas as doses?!), mas não é hora de dar mole; a pandemia continua, mesmo que revogada por decreto!