Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O que precisamos para estar em alerta?
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Começo este texto fazendo referência a um texto da professora da USP Eva Blay, que representa a luta das mulheres ao longo desses últimos anos, desde a redemocratização até este mar de lama em que vivemos atualmente: "As conquistas não são definitivas, se perdem se não houver um constante alerta".
Paralelamente, acabo de saber que as redes sociais finalmente tomaram alguma atitude e derrubaram o canal de absurdos protagonizado por este imbecil, cujo nome sequer consigo pronunciar de tão asqueroso que é o ser, que insiste em chamar-se presidente do Brasil. Em mais um devaneio que beira a criminalidade, as vacinas contra a covid-19 foram associadas à transmissão de HIV, um dos grandes fantasmas da nossa sociedade.
Ato contínuo, no domingo fui encontrar um amigo e passei pela avenida Paulista. Ao passar na frente deste outro lugar emblemático, templo do atraso e representação da mediocridade de nossa elite insolente, uma cambada de lunáticos fazia impunemente discursos contra a vacinação e pela "liberdade médica" de fazer experimentos com produtos ineficazes e sem a mínima ética.
O que precisamos ainda para que o alerta deixe de ser restrito a certas camadas da sociedade organizada? Precisamos recrudescer ainda mais para perceber que algo está errado? Será mesmo que precisamos esperar mais um ano de absurdos e fingir que está tudo bem quando claramente não está?
O Brasil passou de um país de referência na luta contra a pandemia do HIV para uma chacota onde se disseminam informações mentirosas para legitimar um discurso criminoso. A comunidade científica definha a cada novo pronunciamento, e em pleno ano de 2021, quando a ficção previa carros voadores e um profundo avanço tecnológico, precisamos parar o que estamos fazendo para falar o óbvio: a vacina é segura, o HIV não mata mais e a terra é redonda.
Nesta próxima semana, relembramos o dia dos finados, uma data amarga para mais de 600 mil famílias que perderam entes queridos para a desinformação e para a desídia. Viver nesta realidade distópica é sufocante e ameaçador. Mas ainda não é tarde demais para entendermos a profundidade do buraco em que nos metemos.
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