Renault planeja encontro com Nissan para discutir aliança sem Ghosn

Franceses acusam japoneses de colocar futuro da aliança em risco; fontes dizem que sucessor de Ghosn na Renault já está definido
A Renault solicitou uma reunião com todos os acionistas da Nissan. É o que afirmou uma fonte ligada à empresa, em meio aos desdobramentos das investigações sobre supostos crimes cometidos pelo ex-CEO e presidente da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn.
O diretor executivo adjunto interino da Renault, Thierry Bollore, oficializou o pedido em carta enviada à Nissan na última sexta-feira (14). "Pedimos respeitosamente que o conselho considere a convocação de uma reunião extraordinária com acionistas da Nissan assim que possível", escreveu o francês.
A medida teria sido vista como uma demonstração de força do conselho administrativo interino da Renault, liderado por Bollore e Mouna Sepehri, vice-presidente executiva do Grupo Renault e líder da equipe de assuntos legais e comunicações da gestão Ghosn.
Embora não tenha feito qualquer menção a definir contratações ou demissões, a carta também não menciona o objetivo da reunião, limitando-se a dizer que o encontro "permitiria conversas a respeito de administração e outros assuntos".
O documento acrescenta que a acusação por parte da Nissan "criou riscos significativos para a Renault, na condição de maior acionista da Nissan, e para a establidade de nossa aliança industrial".
Teremos sucessor?
Pivô da crise entre as marcas, Carlos Ghosn foi acusado nesta semana de não ter declarado à Nissan uma receita de US$ 43 milhões. Sob alegação de fraude financeira, o executivo está preso em Tóquio desde meados de novembro, juntamente com Greg Kelly, ex-diretor da marca japonesa e suposto cúmplice do brasileiro.
Desde então, a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi sofreu uma grande reviravolta. O atual CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, demitiu Ghosn e exigiu mudanças para diminuir a influência da Renault na parceria. Atualmente, a marca francesa possui 43,4% da Nissan, enquanto a Nissan detém apenas 15% da aliança sem direito a voto nas decisões tomadas pela Renault. Os japoneses também controlam a Mitsubishi com 34% das ações da empresa conterrânea.
Embora tenha decidido pela permanência (ao menos temporária) de Ghosn no comando da Renault, o diretor sênior da empresa, Philippe Lagayette, está na presidência da companhia. O jornal "Le Figaro" afirma que o governo francês, maior acionista da marca, tem outro nome em mãos: Jean-Dominique Senard, atual CEO da Michelin -- empresa onde Ghosn fez carreira antes de ir para a Renault.
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