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Nissan negocia compra de ações da Renault para "estreitar" aliança

Carlos Ghosn, o "cabeça" da aliança Nissan-Renault - Divulgação
Carlos Ghosn, o "cabeça" da aliança Nissan-Renault
Imagem: Divulgação

Pamela Barbaglia, Arno Schuetze, Laurence Frost, Norihiko Shirouzu e Michel Rose

Em Londres (Reino Unido), Frankfurt (Alemanha) e Genebra (Suíça)

08/03/2018 14h33

Fontes afirmam que marca japonesa quer comprar ações da aliada atualmente pertencentes ao governo da França

A Nissan quer estreitar sua aliança com a Renault. Informantes próximos ao assunto apontaram à Reuters que a montadora japonesa negocia a compra de 15% das ações da marca aliada atualmente pertencentes ao governo da França

De acordo com três fontes consultadas pela reportagem, ambas as montadoras estão conversando com autoridades do governo sobre a proposta do chefe da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, na qual o governo francês abriria mão da influência sobre a Renault ao mesmo tempo em que a marca francesa renunciaria ao controle da Nissan.

Entretanto, qualquer acordo deve enfrentar obstáculos significativos, pois precisam passar por aprovação do governo. Para tal, ainda segundo os informantes, será preciso encontrar um equilíbrio entre interesses franceses e japoneses, evitando a aparência de uma incorporação.

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Fontes oficiais: "É tudo especulação"

"Qualquer discussão sobre a negociação de ações envolvendo a Renault, Nissan ou o governo francês é pura especulação", disse o porta-voz da Renault-Nissan, Jonathan Adashek. A aliança "não tem planos de mudar a proporção da participação cruzada das companhias", acrescentou.

Um autoridade do Ministério das Finanças da França disse que o governo "nega totalmente" estar pronto para vender sua parte na Renault para a Nissan.

As fontes disseram que a Renault está sendo aconselhada pelo BNP Paribas e a Nissan pelo Nomura na venda planejada das ações, que aconteceria como parte de uma combinação mais ampla da Renault-Nissan ou como um "ponto de partida" no caminho para uma empresa. Os bancos não responderam ao pedidos de comentários.

Ghosn também propôs uma estrutura interina na qual a administração da Renault, da Nissan e da Mitsubish Motors seria supervisionada por uma fundação holandesa como um prelúdio para a integração como um grupo automotivo global com sede em Amsterdã, disseram fontes.

"Para o governo, uma fundação holandesa não é uma opção", disse o agente do Ministério das Finanças francês, que não quis se identificar.

A aliança Renault-Nissan, sustentada por participações cruzadas, tem lutado intermitentemente desde sua origem em 1999 com planos de fusão completa que tropeçam nas objeções da França, maior acionista da Renault.